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sexta-feira, 25 de maio de 2007

Touradas à Corda para os próximos dias

26 de Maio

Conceição
Humberto Filipe

São Mateus
Casa Agrícola José Albino Fernandes

28 de Maio

Altares
Herdeiros de Ezequiel Rodrigues

Bairro do Terreiro, São Mateus
Bezerrada da Casa Agrícola José Albino Fernandes

Terreiro da Terra-Chã
Herdeiros de Ezequiel Rodrigues

São Luís, São Bento
Bezerrada dos Herdeiros de Ezequiel Rodrigues

29 de Maio

São Luís, São Bento
Herdeiros de Ezequiel Rodrigues

30 de Maio
Terreiro de São Mateus
Casa Agrícola José Albino Fernandes

"OUTRAS TAUROMAQUIAS"


Hoje pelas 21h00, na sede da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, será lançada a obra literária " Outras Tauromaquias". O livro que contém crónicas e outras histórias da autoria dos críticos tauromáquicos terceirenses Ricardo Jorge Rosa (recentemente desaparecido) e Mário Aguiar Rodrigues, promete ser uma obra de consulta obrigatória. Segundo Mário Rodrigues: "Muitos programas concretizados, muitas crónicas batidas na máquina e no computador, nasceu a ideia do livro, o tal das “Outras Tauromaquias”. O Ricardo assumia o livro com a sua grande e última faena. Foi tudo pensado. Procuraram-se apoios, bateram-se a algumas portas e, sem sobressaltos, mercê da compreensão de José Pedro Cardoso, o presidente da Câmara de Angra do Heroísmo, o livro compôs-se e fez-se. Já foi distribuído nas Américas e no Canadá, bem assim na Assembleia Municipal de Angra."

quinta-feira, 24 de maio de 2007

TOURADA À CORDA

As touradas à corda são as verdadeiras touradas características da Terceira, com tradição própria, profundamente populares.
São gerais em toda a ilha, em freguesias quer interiores quer do litoral, quer mesmo dos arredores da cidade. As touradas de maior renome há meio século, ou talvez um pouco mais de tempo, eram as realizadas em S. João de Deus, Terra-Chã e S. Carlos; todas relativamente próximas da cidade, como explicou o falecido lavrador José da Lata; é um facto que as touradas se tenham multiplicado: touradas à beira-mar são uma invenção recente, que já se vai arreigando fortemente no espírito da população, que mobiliza barcos pequenos para se deslocar até esse ponto e deles assistir à tourada.
Em quase todos os pontos habitados da ilha há touradas; apenas as exigências da vida moderna, o tráfego rodoviário e a segurança modificaram alguns aspectos, especialmente a maneira de conduzir os touros para o local da tourada.
O gado bravo destinado a uma tourada é apartado geralmente na véspera, pelos pastores, com o auxílio de cães.
Os touros eram conduzidos na companhia de vacas alfeiras, especialmente treinadas, e que
tomam o nome de vacas mestras, guiando o gado até ao curral; quando se partia para o local da tourada, à frente iam as vacas de sinal – cuja designação se explica por assinalarem a passagem dos touros – logo atrás os toiros, e finalmente os pastores e os seus cães. Os cães ajudavam a manter o gado no seu caminho certo, para não haver alguma rez que tresmalhe, isto é, mude de caminho, apartando-se do restante gado. O povo da localidade da tourada ia ansiosamente à espera do gado, mas este género de condução originava frequentes tresmalhos, que tanto podiam terminar em episódios hilariantes, como em desagradáveis surpresas com consequências funestas. Por segurança e por exigências do trânsito rodoviário, o gado passou a ser transportado em caixas de madeira, uma para cada touro, a que se chamam gaiolas, e levadas em camionetas até ao local onde se realiza a tourada.
O local onde o touro se conserva durante tourada chama-se touril. Actualmente os toiros são embolados de antemão num enjaulador, mas era costume embolá-los num caixão. Sendo a técnica sensivelmente a mesma.
A corda de uma roldana da parte superior do caixão amarra fortemente os chifres do toiro, segurando-lhe a cabeça levantada: põem-lhe então bolas de coiro ou de metal nas extremidades dos chifres. Os pastores amarram então uma corda com cerca de 50 metros ao cachaço do animal, e, fechando-se o alçapão, o touro fica pronto a sair pela frente do caixão. Para marcar a saída do toiro, lançam um foguete, como prevenção. Um foguete marca a saída, outro marca a entrada, e assim sucessivamente durante a tourada, mantendo o público avisado.
Durante a corrida, quatro ou cinco homens, pastores, pegam na corda. O touro percorre então a via pública, obrigando o povo a fugir, correndo em todas as direcções ou mesmo, se necessário for, atirando-se pelas janelas dentro...
Nestas fugas precipitadas e divertidas, nas tentativas de alguns para capear e provocar a arremetida do animal, consiste a atracção fundamental de uma tourada à corda. Os homens da corda andavam outrora mascarados, com calças brancas, boné e uma viseira que lhes ocultava a parte superior do rosto; eram chamados os mascarados da corda, e a a sua descrição é feita por Maximiano de Azevedo, em "Histórias das ilhas" de 1899. Hoje, que os mascarados foram substituídos por pastores experimentados, ainda assim é frequente chamá-los à responsabilidade por desastres ocorridos durante a corrida.
Todo o interesse da tourada está na maneira como o touro reage aos incitamentos do povo, provando-se assim se os touros são bons ou se nã prestu pr'a nada... Os pastores controlam as arremetidas do animal puxando a corda; o esticão da corda pelo qual o touro é sustido denomina-se pancada. Ser da pancada significa estar ao esticão da corda, aguentando a força do animal; os da pancada estão situados a meio da corda [...].
Apesar de todos os riscos, muitos são os que se aproximam do touro, tentando-o a arremeter. Alguns há que se tornam conhecidos por tentarem sortes à sua maneira, as quais muitas vezes se tornam tradicionais e originais: passe de guarda-sol, que consiste em abrir um guarda-sol, geralmente preto e pesadão, quando o toiro arremete, capeando-o com ele; ou ainda um passe de samarra, capeando o touro com uma samarra ou uma suera (do inglês sweater). Muitos passes se aprovisam, algumas vezes até pela necessidade da fuga, que tanto faz o herói como o desastrado. [...]
O próprio valor da tourada está na completa liberdade da acção perante o toiro, numa diversão em que todo é livre de participar:
"A arte, – diz-nos no seu completo artigo sobre as touradas o Sr. Ten. Cor. Frederico Lopes (Rev. Atlântida, Vol. VI n.º 3 Angra 1962) – resume-se na habilidade de provocar a arremetida do bicho e de se escapar depois, furtando-lhe a volta, saltando para um muro ou até ... enfiando-se por uma janela dentro, se não houver outro recurso mais fácil, pouco importando que ela esteja ocupada e da inesperada intromissão resultam incómodos ou mesmo confusões. Para a fuga todo o caminho é livre e todas as portas se abrem de boa mente para abrigar os fugitivos." [...]
Não admira que a tourada à corda marque tanto o espírito do terceirense: é o divertimento do povo, onde todos se reúnem e se irmanam pelo entusiasmo comum; e esta confraternização mantém-se mesmo para além dum distúrbio, de um palanque derrubado ou de uma porta espatifada pois o entusiasmo mantém-se inalterável de ano para ano. A tourada é o pretexto de exibição do chapéu novo, das roupas mais vistosas que caras, que o parente da América mandou, é o ponto de discussão e de intriga antes que o touro venha impor a fuga inevitável e atropeladora. É ainda o local indicado para que as jovens procurem um pretexto para namoro, exclamando – como era frequente ouvir – " Um fogo me pegue se não arranjo hoje uma genra p'ra minha mãe!..."
António M. B. Machado Pires, 1971/75

segunda-feira, 21 de maio de 2007

O Pasodoble

O Pasodoble é um estilo musical espanhol, surgido no séc. XVI. É uma marcha de compasso 2/4 ou 6/8 e tempo allegro moderato, popularizada como estilo de dança a partir da década de 20, com muitas semelhanças ao One-Step.

A marcha é um estilo musical que se enquadra nas composições definidas pelo movimento e pelo ritmo. Uma marcha regula o passo de um certo número de pessoas. O pasodoble está ligado às bandas de música que se exibem em festas populares, tendo um vínculo muito forte com a festa dos toiros.



A origem deste estilo parece residir na Tonadilla Cénica, um estilo musical tipicamente espanhol, que na primeira metade do do séc. XVIII era utilizado para concluir autos teatrais ou bailes encenados.
O pasodoble é uma das poucas formas de dança, de par, espanhola que se manteve até aos nossos dias, estando presente em muitas das festas e romarias populares que fazem parte da tradição de muitas regiões espanholas.
Algumas correntes de investigação defendem França como sendo o país originário desta forma musical. Aí terá tido a designação de Pás-redouble, sendo tocado por bandas de música durante desfiles militares desde 1780. Desse país ter-se-á desenvolvido e estendido a outros territórios como marcha de infantaria, regulando o passo dos soldados.

O pasodoble é uma forma de baile muito simples, com figuras livres, sendo muito fácil a sua aprendizagem. Aqui a mulher desempenha um papel importante. Ela é cortejada através de uma série de passos básicos executados pelo seu par.

Entre os mais conhecidos destacam-se: "Suspiros de España", "España cañí", "Pan y toros", "Soldadito español", "La parrala", "Francisco Alegre y olé", "La luna es una mujer", "El beso", "Islas Canarias", "Los nardos", "Paquito el Chocolatero" e "Plaza de las Ventas".
A sua ligação à Festa Brava é de tal maneira grandiosa, que hoje em dia é inconcebível um espectáculo taurino sem música, música esta Pasodoble. Basta ouvir os primeiros acordes de uma peça e surgem automaticamente na memória tardes de glória, corridas assistidas, cites efectuados, passes executados. Nas cortesias, após cada cravagem, a premiar os artistas durante a lide, na volta triunfal dos toureiros ou na saída destes no final do espectáculo, o Pasodoble é um interveniente obrigatório na Festa.

domingo, 20 de maio de 2007

Ricardo Jorge Mendes da Rosa

Uma semana após a sua partida, aqui fica uma humilde homenagem a Ricardo Jorge Mendes da Rosa, romântico aficionado, respeitado crítico tauromáquico, profundo conhecedor e apaixonado divulgador da festa brava e sua história, na ilha Terceira e outras paragens. Recordo-me que quando por alguma razão, em pequeno, me cruzava com esta figura, exclamava: "Olha o Senhor dos Toiros!!", expressão que apesar de proferida inconscientemente, não podia ser mais acertada.

Pedro de Merelim, em 1986, escreve sobre Ricardo Jorge: "Como filho de peixe sabe nadar, Ricardo Jorge (Machado Mendes da Rosa), tem a aficion no sangue, herdada por seu pai e avô, citando apenas os antepassados mais próximos. Em seu tempo mostrou as suas natas habilidades nos redondeis como marialva. Enveredando pela cri­tica, de que é lídimo expoente, debutou no Rádio Clube de Angra a 9 de Março de 1965 com a rubrica "Sangue e Arena" até 21 de Outubro de 1966 - tendo a valiosa colaboração da locutora Lucinda Barcelos. - E cooperou em mais dois: "Da Festa Brava" "De Touros e Tourei­ros" da direcção do aficionado Manuel Machado Cota e do Burladero do autorizado crítico José Paim (Volapié), no primeiro em 73 e no último em 74, durando este dois anos. - Prestou o seu contributo à Vida Ribatejana de Vila Franca de Xira, um lustro; ao Diário da Manhã, por convite expresso do Dr. Dutra de Faria; e ao União local, sendo actualmente correspondente de O Sorraia de Coruche vai para doze anos e redactor da especialidade, há 15 anos, de Diário Insular e da revista Ilha Terceira desde o início. - Director de Corridas pela Direcção Geral de Espectáculos, por sugestão do Dr. Melo Alves, cargo que exerceu por duas épocas na década de setenta."

3 de Maio de 1953, Praça de S. João, Corrida do Sport Club Lusitânia - Cavaleiros: Adalberto Sousa, Virgínio Pedro Ávila, José Albino Fernandes, Ricardo Jorge Mendes da Rosa.


3 de Maio de 1953, Praça de S. João, Corrida do Sport Club Lusitânia - Ricardo Jorge Mendes Rosa, primeiro sentado à esquerda

Finalizo estas linhas dedicadas ao "Senhor dos Toiros", dirigindo-lhe as sua próprias palavras, escritas para o epílogo de Tauromaquia Terceirense: "Quando do tempo em que dirigia corridas de toiros e mandava tocar o cornetim para desfilarem as quadrilhas, tinha sempre a dúvida como iria decorrer o espectáculo: da actuação dos artistas ao compor­tamento dos toiros, era uma incógnita. Hoje, sentado nesta "cátedra", não vou ouvir soar o cornetim mas, estou certo e tranquilo, que o leitor aficionado no decorrer da leitura de Tauromaquia Terceirense irá gostar e saber valorizar o "engenho e arte" do Autor.
Pela minha parte concedo-lhe volta à arena, para de entre todos e, em pé, bater palmas e atirar-lhe o meu castiço "boné"."

Parte o corpo mas fica o Homem e a sua Obra!

Bruno Bettencourt

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Touradas à Corda para os próximos dias

19 de Maio

Ladeira Branca
Francisco Sousa

Canada de Belém
Herdeiros de Ezequiel Rodrigues

20 de Maio

Arco, São Bento
Casa Agrícola José Albino Fernandes
Herdeiros de Ezequiel Rodrigues
Humberto Filipe
João Gaspar

Canada Nova de Sta. Luzia
Francisco Sousa

21 de Maio

Pico da Urze
Humberto Filipe e Casa Agrícola José Albino Fernandes

22 de Maio
Posto Santo
Francisco Gomes

Faltam poucas horas para o "Toque de Saída"





quinta-feira, 17 de maio de 2007

Eh toiro lindo....!

Os Bonecos do Bruno - Sempre mais e melhor!!


sábado, 12 de maio de 2007

Touradas à Corda para os próximos dias

12 de Maio
Ladeira Branca
Francisco Sousa

13 de Maio
Altares
Casa Agrícola José Albino Fernandes

14 de Maio
Canada de Belém
Casa Agrícola José Albino Fernandes

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Dia 20 de Maio, Ao Arco, São Bento - Tourada dos “Só Forró”

Os “Só Forro” vão celebrar o seu 2.ºaniversário com uma tourada à corda no próximo dia 20 de Maio em São Bento. Animação e a homenagem a quem apoio o agrupamento musical vão fazer parte da festa.
Estrearam-se no ano passado e desde então têm sido uma presença constante em festas, arraiais e eventos de variada natureza.
Acabados de chegar da feira OviBeja, no continente, os “Só Forro” anunciam que preparam os festejos do seu segundo aniversário com uma grande festa de animação e agradecimento a quem apoiou este projecto musical.
Assim, além da actuação do “Só Forró” no dia 16 de Maio – data exacta da sua fundação – nas festividades do Pico da Urze, o grupo liderado por José Fernando Andrade vai assinalar a efeméride no dia 20 de Maio, Domingo.
Os festejos têm início logo pelas 10H00 com um jogo de futebol entre veteranos na escola básica primária de Vale de Linhares.
O culminar das celebrações acontece com a tourada à corda que os “Só Forro” vão oferecer as populações locais às 18h30.
No arraial delimitado entre a escola acima referida e a ponte, o grupo promete animar a tourada juntamente com um grupo de amigos de duas bandas da Ribeirinha.

Ganaderos ajudam à festa

Em declarações ao nosso jornal, José Fernando Andrade refere que a tourada é tornada possível com a oferta dos toiros por parte de várias ganaderias da ilha, respectivamente: a Casa Agrícola José Albino Fernandes, Herdeiros de Ezequiel Rodrigues, Humberto Filipe e João Gaspar.
A escolha de uma tourada à corda para festejar o seu segundo ano de existência está relacionado com o gosto popular generalizado pela tauromaquia: “esta é uma das manifestações que junta mais pessoas e é importante juntar os nossos amigos”, assente o vocalista. “Esta foi a forma que encontramos para retribuir”, afirma.
A festa dos “Só Forró” prossegue pela noite dentro com a oferta de um beberete e, pelas 22H00, a actuação do grupo, a qual será assinalada pela entrega de lembranças às entidades e às pessoas que têm apoiado a formação musical.

Fonte: A União (Artigo de Humberta Augusto)

sábado, 5 de maio de 2007

Touradas à Corda para este fim-de-semana

5 de Maio
Porto Judeu
Casa Agrícola José Albino Fernandes

Poço da Areia – Santa Cruz
Herdeiros de Ezequiel Rodrigues

6 de Maio
São Bento
Humberto Filipe

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Mário Miguel faz interregno na época de 2007

O matador de toiros terceirense Mário Miguel não participa, por motivos profissionais, em qualquer espectáculo da temporada 2007. Segundo o diestro natural da ilha Terceira, “esta ausência na presente temporada não significa uma prematura retirada, mantendo intactas todas as condições, estímulo e ensinamentos para voltar em 2008 confiado e decidido, determinado, coerente, cheio de ilusões e imbuído da melhor fé e esperança”.



Foto do Mês - Maio de 2007

Tourada à Corda em São Bento - Angra do Heroísmo, finais do séc. XIX

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