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terça-feira, 27 de junho de 2023

Triunfo de João Pamplona e Francisco Palha com obra inacabada – Crónica da segunda Corrida da Feira de S. João 2023


Francisco Palha
, João Pamplona, António Telles (filho), Forcados Amadores de Turlock e Amadores do Ramo Grande, toiros da Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF), Veiga Teixeira (VT) e João Gaspar (JG), os protagonistas (não os únicos!) da designada “Corrida do Emigrante”, segunda da Feira de S. João 2023, em Angra do Heroísmo.

Francisco Palha esteve mais toureiro do que na Corrida do dia anterior. Abriu diante de um bom exemplar (JAF, nº183, 466Kg) que, cedo, mostrou disposição para a contenda e se entregou durante toda a lide. O Cavaleiro foi crescendo, mostrando intenção de não deixar fugir o triunfo. A destacar a preparação e cravagem do quatro ferro curto a favor da querença natural do toiro. Era vistoso o “Preguiçoso” (JG, nº89, 622Kg) e revelou-se um belo toiro, pleno de nobreza e entregando-se a todas as solicitações. Palha tirou partido do que o oponente lhe oferecia e recriou-se numa meia lide com dois (!) ferros curtos, a dar vantagens e a consentir. Meia lide porque, quando se estava a adivinhar a explosão para o triunfo, o Director de Corrida torna-se noutro dos protagonistas ao negar o pedido do Cavaleiro. Fica na dúvida se o pedido se destinava à cravagem de mais um ferro (apenas cravou 2 compridos e outros tantos curtos) ou à troca de montada. O que é certo é que lhe foi negado e a lide ficou por ali. Erros acontecem, mas este foi incompreensível, deixando as bancadas em sonoro protesto.

A João Pamplona havia de calhar em sorte um exemplar VT (nº797, 492Kg) que substituiu um dos JAF anunciados. Distraído numa primeira fase, havia de melhorar os seus modos. Uma grande lide, de entrega, que cedo chegou às bancadas. Bregas de boa nota, criterioso na escolha dos terrenos, a sacar a água do poço e a obrigar o toiro a meter-se na disputa. O “Esperança” (JG, nº96, 557Kg) era desligado e adiantava-se à montada, ainda assim, não trouxe problemas de maior. O Cavaleiro terceirense esteve em bom plano e explorou o que de bom havia no toiro. Destaque para o emotivo 3ª ferro curto.

António Telles (filho) estreou-se bem na ilha Terceira. Diante de seu primeiro (JAF nº173, 516Kg) mostrou predicados e não negou a sua ascendência. Lide agradável diante de um toiro voluntarioso sem complicações. Fechou a corrida com uma lide em que se notou a preocupação de ligação ao toiro (JG, nº 97, 502Kg). O hastado não carregava nas sortes, parava-se na reunião e foi perdendo ímpeto com o desenrolar da função. A cravagem de 6 (!) ferros curtos a somar aos 3 compridos, sustentam a sensação de que terá prolongado a lide um pouco além do desejado.

Pelos Forcados de Turlock pegaram: Bryce Rocha, à segunda tentativa e com ajudas carregadas; Joseph Parreira à primeira, numa pega de levantar praça, a aguentar a fuga do toiro ao grupo e Fábio Vieira, à primeira sem dificuldades. Pelos Forcados do Ramo Grande, Rui Dinis resolveu à terceira tentativa com ajudas carregadas; Luís Valadão à primeira fechou-se bem, aguentando a viagem com o toiro trazendo a cara pelo chão e André Lourenço com garra e muita atitude, fechou-se à primeira, corrigindo-se valentemente na cara do toiro quando já se pensava que dali sairia.

Dirigiu a corrida o Director Mário Martins que, pecou pela situação já narrada em relação a Francisco Palha. Foi assessorado pelo médico veterinário José Paulo Lima. Abrilhantou brilhantemente a corrida, outra protagonista da noite: a Azorean Band of Escalon (Califórnia).

Nota ainda para as homenagens efectuadas aos ganaderos e criadores de cavalos dos Estados Unidos da América e Canadá, emigrantes açorianos e/ou descendentes das ilhas de bruma. Momento simbólico mais do que merecido, no entanto, apesar de se perceber que é importante fazê-lo diante de uma praça cheia, como se verificou, há que ter cuidado em relação ao tempo. Mercê desta cerimónia, que podia ter sido feita noutro horário, assistiu-se a uma corrida de praticamente 3h30!

Bruno Bettencourt

domingo, 25 de junho de 2023

50 anos de ramagens na ilha Terceira – Crónica da primeira Corrida da Feira de S. João 2023


Dia de S. João é sinónimo de Corrida grande em Angra do Heroísmo. Uma praça praticamente esgotada, como não se via há mais de 2 décadas, celebrou os 50 anos de história do Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense. Em praça, com os homens da jaqueta da Tertúlia, estiveram António Telles, Tiago Pamplona e Francisco Palha, diante de um curro de Veiga Teixeira muito bem rematado.

O “Gallito” (nº775, 574Kg) foi-se parando no centro da arena defendendo-se e cortando-se nas reuniões. António Telles empregou-lhe uma lide de paciência e, fazendo uso de toda a sua maestria, mexeu-lhe com os terrenos e foi consentindo as investidas na colocação dos ferros. A destacar o 4º ferro curto a aguentar a investida áspera do toiro. A lide possível, mercê das condições do oponente. O segundo do seu lote (nº767, 522Kg) pedia que lhe pisassem os terrenos, indo a menos ao longo da lide, investindo pela certa e com arreões. Apesar das complicações apresentadas pelo toiro, o Mestre da Torrinha possibilitou o vislumbre de alguns momentos interessantes de toureio equestre.

Tiago Pamplona esteve em plano de triunfo. Com um lote de toiros cumpridores, conquistou a assistência da Monumental “Ilha Terceira”. O primeiro (nº798, 530Kg) carregava pouco na reunião, no entanto não comprometeu a contenda. O Marialva do Posto Santo recriou-se nas bregas, andando cingido numa lide de entrega que resultou e deixou vontade de perceber o que viria na sua segunda aparição. As espectativas não saíram goradas. O toiro (nº788, 565Kg) foi crescendo ao longo da lide, indo ao cite com ímpeto e nobreza. O Cavaleio entendeu-o e ajudou-o a crescer em termos de comportamento. Tirou partido das condições do hastado que tinha pela frente e rubricou a lide da tarde, com grande correcção na preparação e cravagem dos ferros.

Francisco Palha teve pela frente aquele que terá sido o lote menos luzidio. Com o seu primeiro (nº803, 566Kg), procurou ligar-se e interessar o toiro, no entanto não conseguiu dar-lhe a volta por completo. Não se livrou de alguns toques na montada com o desenrolar da função. O toiro foi-se degradando em comportamento, até se fixar em terrenos de tércios, saindo só pela certa e desligando-se em seguida. Fechou praça diante de um exemplar (nº 777, 597Kg) que mostrou bons modos, inicialmente, vindo depois a ficar cada vez mais curto nas viagens.  Lide esforçada, mas pouco inspirada quanto à escolha de terrenos.    

Em ano dourado, o GFATTT saiu triunfador, com quatro pegas efectuadas à primeira e um desempenho muito coeso nas ajudas. Para inaugurar as celebrações, o Cabo João Pedro Ávila, fez as honras da casa. Após duas tentativas em que o grupo não ajudou da melhor forma e findas as quais saiu em maca, com um olho maltratado, decidiu dar o exemplo. Voltou de imediato à arena, consumando à terceira com ajudas carregadas. Carlos Vieira esteve muito bem na cara, arrancando uma grande pega com a preciosa ajuda do grupo. João Silva resolveu sem dificuldades e com ajudas um pouco carregadas. Tomás Ortins arrancou uma pega vistosa, estando o grupo em destaque nas ajudas. Francisco Matos esteve valente ao consumar uma grande pega. Bernardo Belerique fechou com uma boa pega à segunda, tendo para isso contribuído a excelente intervenção do primeiro ajuda Fernando Ferreira “Mangueira”. Nota para muitos forcados já retirados que integraram as formações para as pegas.

Dirigiu a corrida, com acerto, o Director Mário Martins, com assessoria do médico veterinário Vielmino Ventura. Abrilhantou (bem!) a Banda da Feira de S. João.

Bruno Bettencourt


sábado, 24 de junho de 2023

"Corrida dos 50 anos do Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense" - pesos e ordem


quarta-feira, 21 de junho de 2023

Festival Taurino da Semana Cultural dos Biscoitos


A Praça de Toiros "Ilha Terceira" irá acolher, a 14 de Julho, um Festival Taurino integrado na Semana Cultural dos Biscoitos

O evento de organização conjunta com a União Tauromáquica do Ramo Grande contará com a presença dos Cavaleiros Tiago e João Pamplona, assim como do Matador António João Ferreira.

As pegas estarão a cargo dos Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e dos Amadores do Ramo Grande.

Em praça estarão exemplares das divisas de Rego Botelho, Casa Agrícola José Albino Fernandes, Herdeiros de Ezequiel Rodrigues, Álvaro Amarante e Francisco Sousa.

Abrilhantará a Banda da Sociedade Filarmónica Progresso Biscoitense.

Os bilhetes serão a 15€ (geral), estando ainda anunciados 500 unidades a 12,50€

 

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Apresentação do Livro: "Tourada à corda : A bandeira de um povo"


No próximo dia 21 de junho decorrerá na Ilha Terceira, na Biblioteca e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro em Angra do Heroísmo, a apresentação do Livro intitulado TOURADA À CORDA : A BANDEIRA DE UM POVO.

Este ensaio é dedicado à tauromaquia popular açoriana, que tem influência dos povos da Península Ibérica que povoaram as Ilhas dos Açores ao longo de 5 séculos. Com autoria de José Paulo Lima e com fotografia de Edgar Vieira, esta obra debruça-se sobre  as origens da nossa sociedade e da nossa agricultura, evolução, elementos e ligação religiosa tentando contextualizar o arraigo popular que esta forma de tauromaquia tem nas nossas gentes. Centra-se no  profundo conteúdo histórico e antropológico, dedicada aquele que é o maior divertimento popular dos Açores. 

A influência histórica multicultural, moldada por uma orografia singular e pelo afastamento geográfico da Europa, moldaram uma forma de tauromaquia suis generis, capaz de persistir desde o povoamento das Ilhas.

A apresentação contará com a presença do Sr. Presidente do Governo regional dos Açores.

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