sexta-feira, 31 de agosto de 2018
terça-feira, 28 de agosto de 2018
Ramo (em) Grande em Arronches
O Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande esteve presente na corrida que se realizou em Arronches no passado dia 25 de Agosto. O cartel era composto por Tito Semedo, Marco José e Miguel Moura, para a lide de toiros de Quinta Mata-o-Demo. Ombrearam com o grupo terceirense, os Amadores de Arronches e os Amadores de Redondo. Em disputa estiveram os prémios para "Melhor Pega" e "Melhor Grupo".
O grupo do Ramo Grande arrecadou os dois prémios em disputa. O prémio de "Melhor Grupo" foi atribuído, naturalmente, graças ao desempenho ante os dois exemplares que lhes coube em sorte, enquanto que o de "Melhor Pega" foi atribuído à pega do Forcado Rui Dinis efectuada ao 3º toiro da corrida.
O grupo do Ramo Grande arrecadou os dois prémios em disputa. O prémio de "Melhor Grupo" foi atribuído, naturalmente, graças ao desempenho ante os dois exemplares que lhes coube em sorte, enquanto que o de "Melhor Pega" foi atribuído à pega do Forcado Rui Dinis efectuada ao 3º toiro da corrida.
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
O Jubilado, os Doutores, o Caloiro e o Emérito – Corrida das Festas da Praia 2018
A veterania e o peso da
experiência podem manifestar-se de formas completamente opostas. A Corrida das
Festas da Praia foi cenário da materialização desta premissa, numa tarde/noite
de praça cheia. Melhor o veterano de jaqueta enramada, pior o de casaca azul e
ouro.
Ganadarias de Rego Botelho e
Passanha para João Moura, Tiago Pamplona, João Ribeiro Telles e Manuel Sousa
(amador). Pegas a cargo dos Grupos de Forcados Amadores da Tertúlia
Tauromáquica Terceirense (GFATTT), do Ramo Grande (GFARG) e de Beja (GFAB).
João Moura abriu praça e foi
homenageado pelo 40º aniversário da sua alternativa. Momento emotivo onde se
ouviu, no sistema de som da praça, uma resenha dos seus feitos enquanto figura mundial
do toureio. Teve por diante um exemplar RB (nº95, 510Kg) de boa apresentação, mas
escasso de força e que se foi defendendo. O Mestre de Monforte, não o foi.
Mostrou o entendimento que a já referida veterania e o peso da experiência
conferem, estando correcto nas cravagens, mas apenas isso. Rubricou uma
não-lide desluzida e sem história, onde se limitou a cravar. Com o exemplar
Passanha (nº83, 555Kg) o Maestro não mudou de tom. O toiro carregava pouco, mas
merecia outra lide, que o alegrasse e o fizesse romper. Nesta passagem pela
ilha Terceira, Moura foi a antítese da razão pela qual se tornou símbolo e
revolucionário do toureio equestre mundial. Duas lides sem lidar, sem explanar
toureio. O seu toureio de magia parece ter sido jubilado há algum tempo.
Era pequenote o lote de Tiago
Pamplona, quer em tamanho como em comportamento. O Cavaleiro angrense andou por
cima de ambos. O seu primeiro RB (nº87, 488Kg) deu boa réplica, apesar de por
vezes se parar na reunião. Pamplona entregou-se como é seu hábito e agarrou o
público. Mostrou-se e mostrou que nem a geografia é impedimento para, em termos
de qualidade, se andar no patamar superior da cavalaria nacional. Correctíssimo
nas bregas e nas escolhas de terreno, apesar de alguns momentos de
irregularidade nos tempos e nas medidas dos quarteios. O RB (nº5, 436Kg),
segundo do lote, mostrou-se impetuoso na saída mas cedo perdeu o gás,
parando-se e enquerençando nos terrenos dos tércios. O Cavaleiro deu-lhe a
volta e com uma boa lide foi tapando os defeitos do oponente ao mexer-lhe com
os terrenos. Corrigiu-se e andou correctíssimo nas abordagens, saindo em plano
superior. Destaque para o ferro curto com que encerrou a lide: de alto a baixo,
ao estribo e em zona de compromisso, a levar ao rubro a assistência.
A João Ribeiro Telles havia de
calhar o lote mais desluzido em termos de comportamento. O RB (nº96, 466Kg) era
manso e, como tal, virava a cara à luta desligando-se desde cedo. Mas, como se
costuma dizer, são estas as situações ideias para se perceber a qualidade de um
toureiro. João Telles tem-na e mostrou-a! Cadenciou a sua prestação e, tempo
após tempo, foi mostrando a sua entrega e saber. Deu vantagens ao oponente,
bregou-o na medida certa e foi contornando todas as dificuldades impostas pelo
mansote. Lide inteligente onde mostrou o porquê de ser uma das figuras da nova
geração. O Passanha (nº64, 498kg) que lhe coube em sorte parecia ter problemas
de visão. O Cavaleiro conduziu-o com a voz e o toiro foi-se entregando. Telles
rompeu para o triunfo com uma lide em crescendo que fez eco nas bancadas.
Esteve variado nas sortes, agarrando em definitivo a assistência. A destacar o
terceiro ferro curto, pleno de emoção e executado como mandam as verdadeiras
regras do toureio equestre.
O Cavaleiro luso-americano Manuel
Sousa prestou prova para Cavaleiro Praticante diante do “Tordo” (RB, nº10,
441Kg), perfilando-se como o caloiro entre um consagrado e dois dos Doutores da
arte equestre nacional. É notória a vontade do Cavaleiro, mas também o é o facto
de acusar o nervosismo e, com isso, expor a sua pouca experiência. É um
Cavaleiro jovem e com uma larga margem de progressão (assim lhe transmitam bons
conhecimentos) no entanto, ainda está aquém do exigido para o que se quer de um
Cavaleiro Praticante. Ficam na retina as duas cravagens com que encerrou a
lide, nas quais mostrou mais discernimento e vontade de arriscar.
Um dos grandes momentos do
espectáculo havia sido antevisto no cartaz da corrida: a despedida do
incontornável Américo Cunha, o forcado que prova que os homens não se medem aos
palmos. Após 35 anos em que representou 3 grupos de forcados, com a sua forma
peculiar de estar na arena, decidiu retirar-se e fê-lo de forma magistral ao
serviço do GFARG. Mostrou o que de melhor a veterania e o peso da experiência
conferem. Chamou o segundo toiro da corrida e ao primeiro intento fechou-se de
forma correctíssima aguentando um derrote por alto e não mais largando. A pega
da tarde a levantar as bancadas numa ovação explosiva. Américo Cunha passou assim
a emérito. Uma palavra para o grande desempenho do primeiro ajuda, Vítor Enes,
que foi fulcral no desfecho da mesma. A noite não esteve de feição para os
forcados. Ora pelo comportamento dos toiros, ora por falta de grupo nas ajudas
ou por culpa dos forcados da cara, muitas foram as tentativas. Pelo GFATTT
estiveram em praça Luís Cunha que consumou à terceira com ajudas carregadas,
Tomás Ortins que à primeira se fechou numa boa e correcta pega e Luís Sousa que
à terceira fez uso das ajudas carregadas para consumar. Pelo GFARG, além do já
mencionado Américo Cunha, esteve em praça Rui Dinis que aguentou uma investida
ensarilhada e se fechou à primeira. O GFAB apresentou-se com Bento Costa que
resolveu à terceira, já com as ajudas em cima, e Luís Eugénio que a sesgo e à
quarta tentativa se fechou na cara do toiro.
Antes do início das cortesias,
realizou-se um respeitoso minuto de silêncio em memória do ganadero Filipe
Humberto Sousa (Humberto Filipe), figura emblemática da tauromaquia
terceirense, recentemente falecido.
O espectáculo foi dirigido por
Rogério Silva que esteve díspar quanto aos critérios de atribuição de música às
lides. A assessoria veterinária esteve a cargo de Vielmino Ventura.
Abrilhantou
(e bem!) a banda da Associação Filarmónica Cultural e Recreativa Santa Bárbara,
da Fonte do Bastardo.
Bruno Bettencourt
Foto: Paulo Gil
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
Faleceu o "Tio Humberto"
A Festa Brava açoriana perdeu hoje um dos seus ícones: faleceu o ganadero Humberto Filipe, o Tio Humberto, após doença prolongada.
O também chamado "Ganadero do povo" das Cinco Ribeiras, de nome completo Filipe Humberto Lourenço de Sousa, iniciou a sua ganadaria em 1983 através da aquisição de um semental e vacas de José Albino Fernandes, assim como vacas de Ezequiel Rodrigues. Mais tarde, foram introduzidos exemplares de Victor Mendes e novilhos de Duarte Pires.
A toda a família e amigos, as mais sentidas condolências.
Bruno Bettencourt
Foto: Pedro Correia