Publicado a 26 de Junho de 2011
A chuva insistiu em marcar presença durante a anunciada Corrida à Portuguesa, 3º festejo da Feira de S. João 2011. Após alguma ponderação inicial, fruto da degradação do piso da arena, os intervenientes decidiram prosseguir com o espectáculo, para gáudio da assistência que completava mais de metade das bancadas.
Terminadas as cortesias, foi dado a conhecer aos presentes o novo pasodoble da Banda da Sociedade Filarmónica Rainha Santa Isabel das Doze Ribeiras “Grupo de Forcados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense”. Uma peça que homenageia o referido grupo e que foi composta por Durval Festa.
Apesar das condicionantes ao nível da arena, assistiram-se a bons momentos de toureio equestre. Exemplo disso foi a boa lide ministrada por Vítor Ribeiro ao primeiro do seu lote. O exemplar de Ortigão Costa (OC, nº3, 520Kg) mostrou boas condições de lide, empregando-se na luta. O Cavaleiro da margem sul rubricou uma lide de qualidade tirando partido da matéria-prima que tinha pela frente. Dobrou-se com o oponente e colocou-o para deixar ferros frontais com muita verdade. Com o nº281 de Veiga Teixeira (VT, 410Kg) teve que andar mais diligente, no entanto, mostrou que estava ali para o triunfo. Não suplantou a sua primeira prestação mas ainda assim esteve uma vez mais por cima do opositor. Encerrou com um Violino que se fez ouvir em todo o perímetro do redondel.
João Moura Jr teve pela frente um lote complicado. O nº247 (455Kg) de VT mostrou-se muito reservado investindo de curto dando a sensação que era “mal visto”. O de Monforte empregou-se e através da brega foi procurando interessar o toiro. Cravagens correctas numa lide com pouca história, sem comprometer. Com o nº60 de OC (480Kg) Moura Jr andou sóbrio. O cavaleiro foi tirando as distâncias ao hastado recorrendo a sortes à meia volta. Lide possível frente a um toiro que transmitia pouco, fazendo transparecer alguma mansidão.
Dúvidas ainda houvesse, tal como nas corridas anteriores, a cavalaria terceirense mostrou que é capaz de estar ao nível do que de bom se faz a nível nacional. Rui Lopes ajudou, novamente, a confirmar a regra. Frente ao bom exemplar de OC (nº79, 425Kg), que lhe coube em primeiro lugar, lidou com muito acerto e determinação. Arrimou-se e cravou com a cadência certa, sempre em crescendo. Esteve muito bem o ginete da Ribeirinha. O nº 82 de OC (490Kg), segundo do lote, foi crescendo ao longo da lide e colaborou com o que lhe era pedido. Lopes rubricou mais uma boa lide, fazendo esquecer o lamaçal que se havia formado na arena. Correu bem esta prestação onde foi vencendo, com inteligência, as adversidades.
Os Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT) pegaram a solo. Em alguns momentos a falta de coesão do grupo, no momento da ajuda, fez com que muitas das pegas não fossem concluídas ao primeiro intento. Álvaro Dentinho fechou-se à 3ª tentativa na cara de um forte OC que entrava pelo grupo dentro sem pedir licença. Nota para a boa intervenção de um dos companheiros, fulcral para o concretizar da pega. César Fonseca efectuou uma grande pega à primeira tentativa. Aguentou-se com determinação e fez o difícil parecer fácil. Helénio Melo, em dia de aniversário, chamou o toiro e agarrou-se bem ao segundo intento. Marco Fontes fechou-se à segunda, com boa ajuda dos seus companheiro, na tarde em que se despediu do grupo. Volta em ombros, plena de emoção, de um dos forcados que muito deram à jaqueta da Tertúlia Terceirense. Jorge Santos saltou a trincheira para pegar à segunda, com muito querer, o quinto toiro da ordem. Tomás Ortins fechou com chave de ouro a participação do GFATTT. Grande pega ao primeiro intento.
Bruno Bettencourt
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