Apesar do pouco mais de meia casa
registada, os terceirenses disseram “presente” no Festival de Beneficência
realizado na Praça de Toiros “Ilha Terceira”. Mesmo à distância, a gente da
ilha, habituada a combater adversidades, mostrou o seu apoio ao Forcado Nuno
Carvalho.
Em Angra do Heroísmo estiveram os
artistas locais. Os Cavaleiros Tiago Pamplona, Rui Lopes e João Pamplona, os
Bandarilheiros Rogério Silva, Rui Silva, José Leonardo, Jorge Silva, Roberto
Sacramento, Diogo Coelho e Vasco Lima, os Forcados Amadores dos grupos da
Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT) e do Ramo Grande (GFARG). Todos contribuíram
com a sua arte para esta causa nobre. Se colaboraram os artistas, também colaboraram
as casas ganaderas de Gabriel Ourique (GO), Duarte Pires (DP), Assunção Coimbra
(AC), Rego Botelho (RB), Francisco Sousa (FS) e Herdeiros de Ezequiel Rodrigues
(ER).
Antes do início das lides, minuto
de silêncio em memória do Engº Joaquim Grave e palavras de José Pires da Costa,
cabo-fundador dos Amadores do Aposento da Moita, que em nome de Nuno Carvalho
agradeceu o contributo de todos os presentes.
Tiago Pamplona abriu praça com
uma boa lide frente ao nº45 de GO. O novilho cumpriu, apesar de por vezes se
defender nas tábuas. O Cavaleiro consentiu alguns toques desnecessários na
montada de saída, no entanto percebeu bem o oponente e ligou-se a ele com
bregas cingidas agarrando o seu interesse. Esteve corretíssimo nas cravagens,
destacando-se o seu primeiro ferro curto, ao estribo. O nº82 de RB mostrou bons
modos no início da lide, no entanto foi perdendo ímpeto, acabando por se parar
na final da lide. O Cavaleiro da Quinta do Malhinha procurou, uma vez mais,
andar ligado com o novilho numa lide que resultou sem história, não suplantando
a sua primeira e boa actuação.
Rui Lopes teve pela frente o nº114
de DP. O novilho era bonito nas formas. Pecou pela falta de força demonstrada
e, apesar de não comprometer o desenrolar da lide, andou reservado tardando na
investida. Lopes, após um início de lide hesitante, foi crescendo e entendendo
o comportamento do novilho, dando-lhe vantagens na preparação das cravagens.
Lide agradável mas sem romper. O segundo do seu lote, nº68 de FS, era colorau
com olho-de-perdiz, mas também era distraído, andarilho e procurando em demasia
uma forma da sair da arena. Diante das complicações apresentadas, o Cavaleiro
da Ribeirinha foi desenvolvendo a lide possível sem nunca conseguir dar a volta
ao oponente. Apesar do esforço, fica a sensação que a lide terá sido prolongada
para além do necessário. Nota positiva para o quarto ferro curto cravado no
corredor de dentro.
A João Pamplona, calhou o nº76 de
AC. Um bom novilho que apesar dos seus 3-4 anos apresentava um tamanho que se
destacou em relação aos restantes. Novilho sério a investir de pronto. João
andou algo inconstante na cravagem comprida, mas virou a página e foi crescendo
na cravagem curta. Boa lide marcada pela sua forma irreverente que aos poucos
foi fazendo eco nas bancadas. Fechou a corrida o nº288 de ER. O novilho era
pequenote e andarilho. Apesar de ter alguma dificuldade em se fixar, foi dando uma
boa réplica ao longo da contenda. O mais novo do clã Pamplona andou esforçado e
correcto nas cravagens. Uma lide agradável mas com menos emoção do que a
anterior.
Nas pegas foram solistas, por
ordem de actuação: Décio Dias (GFATTT), sem dificuldade, à primeira tentativa
aproveitou bem a viagem recta do novilho. Michael Machado (GFARG) numa grande
pega ao primeiro intento, mostrou vontade de lá ficar. Tomás Ortins (GFATTT)
esteve poderoso ao pegar de forma espectacular ao primeiro intento, aguentando
violentos derrotes por alto. Luís Valadão (GFARG) após uma primeira tentativa
em que não se consegue fechar de forma correcta, pegou à segunda sem dificuldades. João Ângelo (GFATTT) pegou à segunda
tentativa sem dificuldades, sendo bem ajudado pelo grupo. Milton Silva (GFARG),
em noite de estreia, fechou-se na cara do novilho sem problemas.
Encerrou-se assim mais uma
jornada taurina, mas acima de tudo um grande momento de solidariedade. Dirigiu
o espectáculo Carlos João Ávila, assessorado pelo Dr. José Paulo Lima.
Abrilhantou, e bem, a banda da Sociedade Recreio da Terra-Chã.
Bruno Bettencourt
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