João
Pamplona, “Universo” e “Caldeiro” (AA)! Quando estes três nomes se juntaram na
arena de Angra do Heroísmo, os corações pararam e durante aquela lide foi a
emoção que pulsou dentro de cada um dos presentes!
Sem dúvida
alguma, o mais novo Cavaleiro de Alternativa dos Açores e a Ganadaria jorgense
de Álvaro Amarante a saírem triunfadores da corrida integrada nas comemorações
do 40º aniversário do Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense
(GFATTT). Triunfadores foram ainda os grupos de Forcados presentes: GFATTT e
Amadores de Cascais (GFAC).
Em primeiro
lugar, uma palavra para o facto dos toiros lidados não corresponderem integralmente
aos nomes das Ganadarias anunciadas no cartel. As substituições (ou não!)
verificadas teriam que ter sido comunicadas. Lidaram-se oito toiros
provenientes dos ferros de Humberto Filipe (HF), João Gaspar (JG), Álvaro
Amarante (AA), Falé Filipe (FF), Rego Botelho (RB) e Passanha (P).
Tiago
Pamplona teve pela frente o lote menos colaborante. O primeiro que lhe coube em
sorte (nº 216, 455Kg, HF) era andarilho. O marialva da Quinta do Malhinha foi
entendendo o oponente e com a voz foi conquistando o seu interesse. Desenhou
uma lide de labor onde procurou andar ligado com o toiro. A sua segunda prestação
também não rompeu, no entanto superou a primeira. O exemplar de JG (nº118,
480Kg), apesar de carregar pouco e de se parar no momento da reunião, cumpriu. Fica
a sensação que a escolha de uma montada que fazia batidas ao piton contrário,
não terá sido a melhor preferência. Ainda assim, Tiago Pamplona foi cravando em
crescendo, culminando com um ferro de palmo de boa nota.
João
Pamplona lidou um grande exemplar AA (nº109, 410Kg). Mandou retirar os peões de
brega e foi esperá-lo à porta dos curros. O toiro saiu cheio de gás com uma
velocidade alucinante. Característica que manteve até ao final da lide. O
protótipo de um toiro bravo que transmite emoção e provoca perigo. O mais novo
dos Pamplona cresceu frente ao toiro. Para a cravagem dos curtos foi buscar o
“Universo”, com ferro da casa. Cavaleiro e montada foram um só, um verdadeiro
centauro. À qualidade do toiro juntou-se a irreverência do João. Três grandes
ferros curtos, uma brega e remates de desplante foram encerrados com um grande
ferro de palmo. Tomara muitas das ditas figuras do toureio equestre fazerem o mesmo diante de um
toiro igual aquele “Caldeiro”. Estava concluída aquela que foi até ao momento a
melhor lide do ano em praças açorianas. No final ovação para o Ganadero. O JG
(nº 148, 430KG) que lhe coube em sorte, veio a menos. Aqui o Cavaleiro do Posto
Santo teve que se empenhar ainda mais e mostrar conhecimento para conseguir
sacar algum sumo. Foi pisando os terrenos e rubricou uma boa lide.
A Rui Lopes
coube um primeiro exemplar bastante nobre. O JG (nº146, 415Kg) entregou-se à
lide e Lopes soube tirar bom partido disso. Entendeu o toiro e após algum
desacerto no início da cravagem curta, corrigiu as medidas. Destaque para o seu
quinto ferro: de alto abaixo, ao estribo, a cravar com o toiro debaixo do
braço. Um verdadeiro exemplo de como se crava segundo as regras. Com este
andamento completou uma lide de boa nota. Se na sua primeira lide teve oponente
para desenvolver a sua arte, o segundo do seu lote era um poço de dificuldades.
O toiro (P, nº50, 480Kg) era desligado, virava a cara à luta e apenas se
interessava pelo que se passava fora da arena. Era mansote. O ginete da
Ribeirinha pisou-lhe os terrenos e ainda conseguiu cravagens de boa nota. Uma
lide esforçada. Pouco mais havia a fazer.
A estrear-se
em praças portuguesas, o Matador Fernando Adrian não teve sorte em relação aos
toiros. Lidou um FF (nº33, 470Kg) e um RB (nº99, 500Kg). Ambos foram a menos.
Não tinham recorrido e com o desenrolar das lides foram-se cortando cada vez
mais em curto. Adrian recebeu-os com largas cambiadas de joelhos. Desenhou
tímidas Verónicas e no seu segundo lanceou por Chicuelinas bem cingidas. Com a
Muleta demonstrou variado reportório. Por ambos os lados procurou desenhar
séries que resultaram com pouca ligação. Em ambas as faenas mostrou trabalho e
demonstrou qualidades. Teve a arte de sacar água de dois poços que cedo se
secaram. Pela entrega e labor a que se assistiu, fica a certeza que Adrian é um
Matador que irá dar que falar em poucos anos.
Esta corrida
ficou marcada, ainda, pela tomada de Alternativa do Bandarilheiro terceirense
Diogo Coelho. A destacar o seu primeiro par de bandarilhas. E assim são seis os
Bandarilheiros açorianos de Alternativa.
Por último,
os homens das jaquetas. Estiveram num plano superior: seis pegas todas ao primeiro
intento. Pelo GFATTT pegaram: Tomás Ortins (grande pega a abrir), Décio Dias
encerrou aquela que tinha sido uma grande lide com um pegão! José Vicente com
uma boa pega fechou a prestação do seu grupo. Pelo GFAC chamaram o toiro
Ventura Doroteia, Joel Zambujeira e Bruno Coutinho. Três pegas de muito bom
nível onde o grupo demonstrou uma coesão preponderante.
As bancadas registaram menos de 3/4 de assistência. Muita pena terão os que ficaram em casa.
Dirigiu a corrida Carlos João Ávila assessorado pelo Dr. Vielmino Ventura.
Dirigiu a corrida Carlos João Ávila assessorado pelo Dr. Vielmino Ventura.
Bruno Bettencourt
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