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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Agualva com Festival à chuva

Há um ditado que diz “Primeiro de Agosto, primeiro de Inverno”. Deve ter sido formulado num dia igual ao passado 17 de Agosto. O dia era histórico: “toiros de praça” na freguesia da Agualva, no concelho da Praia da Vitória. O Festival “Luís Fagundes”, organizado pelo Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande (GFARG), deslocou-se do seu palco habitual para a praça desmontável que se encontra montada na referida freguesia terceirense. A chuva ameaçou e cumpriu. Muitas foram as vezes em que se abriram os guarda-chuvas durante a primeira parte. O terreno ficou pesado e notou-se a sua influência negativa no decorrer das lides. Praça cheia, num espectáculo dirigido por Carlos João Ávila, assessorado por José Paulo Lima.


Tiago Pamplona enfrentou um exemplar de Rego Botelho que se entregou à lide, cumprindo o que se lhe impunha. O cavaleiro teve uma lide regular, marcada por bregas cingidas. Ligou-se bem ao oponente. Nas cravagens esteve algo irregular, errando por vezes na velocidade das viagens, em parte, mercê das condições da arena. Lidou depois o nº50 de Gabriel Ourique. Tirou partido do oponente, apesar deste se atravessar e se tapar no momento da reunião. Uma lide em crescendo, notando-se novamente alguma irregularidade nas cravagens e nas velocidades.


A Rui Lopes coube o nº306 de Herdeiros de Ezequiel Rodrigues (ER). O ginete da Ribeirinha teve uma passagem sem grandes notas de destaque. Fica a referência ao 4º ferro curto, bem cravado, após um toque violento sofrido na montada. O toiro era curto de investida e defendia-se investindo por arreões. Frente ao exemplar nº62 de Fernando Bettencourt (ganadaria picoense que se estreava na ilha Terceira), Lopes mostrou a sua arte. Uma lide com ferros de boa nota, que foi rompendo após algum desentendimento inicial. O toiro era o mais bem apresentado, pleno de nobreza, no entanto, foi-se revelando tardo na investida com o decorrer da lide.


O mais novo em praça, João Pamplona, teve o lote da sorte. O exemplar nº118 de Duarte Pires deu bom jogo. Investia de pronto e não complicou. Ao jovem Pamplona coube-lhe fazer o que melhor sabe, lidar a cavalo. Entendeu o opositor e tirou-lhe bem as medidas. Esteve bem. O nº325 de ER também deu boa réplica. Entregou-se, ainda que parando em alguns momentos. Uma vez mais, o Marialva tirou partido do toiro. Era um exemplar pequenote, mas com alma grande. Uma boa lide que apenas pecou por duas cravagens um pouco traseiras. A realçar o facto de ter utilizado apena a égua “Rana” durante toda a contenda.


No que às pegas diz respeito, não existiram dificuldades de maior. As que não foram consumadas à primeira, resultaram de alguma menor qualidade técnica. Pelos Amadores de Arronches, estiveram em praça Paulo Florentino (à primeira), João Rosa (à primeira) e Filipe Redondo (à segunda – uma pega tecnicamente pobre). Pelo GFARG, chamaram o toiro, Daniel Brasil (à primeira), Américo Cunha (à quarta – mercê de nas tentativas anteriores não ter estado correcto) e Rui Dinis (à primeira).


Por fim, uma palavra de destaque para a banda da Sociedade Filarmónica Espírito Santo da Agualva, que apesar da chuva que teimou em molhar fardas, partituras e instrumentos, aguentaram estoicamente, abrilhantando o festejo de forma irrepreensível.

Bruno Bettencourt

1 comentários (Dê a sua opinião):

felicito toudas as pessoas da Agualva.Nao podia ter sido melhor,a nao ser pela chuva,mas valeu a pena.

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