A partir de 2023 a marcação a fogo nas ferras de gado nos Açores deverá ser substituída por marcação a azoto líquido. A informação é da secretaria regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (SRADR).
"O objetivo final é substituir integralmente, nos próximos anos, a marcação a fogo que se pratica por marcação a azoto liquido. Para tal, a SRADR irá disponibilizar recursos humanos e técnicos (equipamento) no sentido de alcançar este desiderato", refere uma nota enviada ao DI.
O projeto teve início em janeiro, numa parceria entre o Governo Regional e a Associação Regional de Criadores de Touros de Tourada à Corda.
"Atualmente, os animais são identificados, de acordo com a legislação vigente, por várias marcas a fogo, coxa direita o ferro da ganadaria, na garupa direita a marca do livro genealógico. No costado direito, o número de série (ordem) da ganadaria; na espádua direita, o último algarismo do ano ganadeiro", explica a nota da Agricultura.
PERCEBER COMO
O projeto agora anunciado pretende experimentar a logística técnica da substituição do fogo por azoto líquido, assumindo à partida que o azoto tem as seguintes vantagens: "insensibiliza a zona; não provoca cicatriz; provoca menor stress ao animal; melhora a visibilidade (quando a técnica é bem executado); é um grande passo em termos de bem-estar animal".
Serão iniciados projetos piloto em todas as ganadarias, com disponibilização de animais por parte dos ganadeiros, tendo por objetivo determinar a logística mais eficaz nesta raça e nas condições de maneio existentes, explicou ao DI o secretário Ventura.
Numa primeira fase, cada ganadeiro irá disponibilizar animais para efetuar ferra com azoto líquido de modo a determinar as condições ideais para a obtenção dos melhores resultados.
"Estamos assim a trabalhar para melhorar o bem-estar animal nos Açores e a melhorar a aceitação pública das touradas de corda", disse António Ventura ao DI.
MÉTODO ACEITÁVEL
A marcação com azoto líquido é considerada aceitável, por exemplo, pelo Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido.
Para marcação a frio são usados gelo seco a -70ºC e nitrogénio líquido a temperaturas entre -170ºC e -197ºC. São destruídos os melanócitos, que são as células que produzem o pigmento da pele. Nova pelagem acaba por nascer, mas de cor branca. É por esta razão que o método é indicado para animais que não sejam brancos, isto porque se forem dessa cor não ocorrerá o contraste visual.
Este método é utilizado em vários países. Conheceu um forte desenvolvimento em Espanha e mais recentemente em Portugal.
Fonte: Diário Insular
Foto: Los Coquillhas de Cifuentes
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