sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Rabo Torto no acores.rtp.pt
Publicado a 14 de Dezembro de 2010
A edição do programa acores.rtp.pt do dia 13 de Dezembro de 2010 teve como tema "Blogs e Tauromaquia". Enquanto autor do Rabo Torto - blogue tauromáquico, fui convidado do mesmo. Aqui ficam as imagens.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Arte de Montes, porquê?
Publicado a 13 de Dezembro de 2010
Na história da tauromaquia e no que se refere ao toureio a pé dois toureiros tiveram enorme influência em meados do Séc. XVIII: Joaquin Rodriguez Costillares e Pedro Romero.
Pedro Romero, da "Escola de Ronda" tinha um toureio marcado pela sobriedade e seriedade, sem adornos, frio, pensado e medido, por outro lado, o toureio de "Costillares" da "escola de Sevilha" tinha improvisação e graça. Este último foi o inventor do lance à Verónica e da estocada a volapié.
Em 1830, por nomeação do rei Fernando VII, Romero tornou-se Director da Escola de Tauromaquia de Sevilha, tendo a seu lado como Mestre, o Matador de toiros Jerónimo José Cândido. Muitos foram os alunos que frequentaram a referida escola, entre 1830 e 1834. De todos eles destaca-se um nome: Francisco Montes Reina Paquiro.
Nascido na Rua de Santo Cristo em Chiclana de la Frontera, a 13 de Janeiro de 1805, foi um verdadeiro génio do Toureio a Pé. Foi um grande inovador da forma de lidar, especialmente no que diz respeito às Sortes de Capote. É histórica a sua rivalidade com Francisco Arjona Herrera Cúchares, com quem partilhou as principais atenções da época. Tomou a Alternativa de Matador de Toiros a 18 de Abril de 1831, em Madrid, das mãos de Juan Jiménez Morenillo.
Era considerado um excelente lidador por saber matar “recebendo” como seu Mestre, Pablo Romero, e executar o volapié como “Costillares”. No entanto não era um grande estoqueador, sendo até famosa a sua estocada atravessada. Dono de uma força e agilidade notáveis, lider indiscutivel na sua época, amado especialmente em Madrid, foi apelidado de “Napoleão dos toureiros”.
Francisco Montes Paquiro foi o iniciador da forma moderna do espectáculo taurino. Criou um conceito colectivo de lide, ao ser o primeiro a disciplinar e organizar a sua "quadrilha", onde os Picadores e Bandarilheiros passaram a ter uma missão específica debaixo da direcção suprema do Matador.
Em 1836 escreveu o livro: “Tauromaquia Completa”, um verdadeiro tratado onde expõe a sua concepção de toureio. Também com "Paquiro" o traje de tourear tomou a forma clássica actual, tomando a designação de Traje de luces. Por ter impulsionado o uso de cobertura na cabeça, em sua homenagem, esta tomou o nome de Montera.
Francisco Montes foi gravemente colhido em Madrid, pelo toiro "Rumbón", tendo falecido em virtude dessa colhida em 4 de Abril de 1851.
Sendo o seu nome indissociável da toureio apeado, é costume chamar-se a esta vertente tauromáquica “Arte de Montes”.
"Como Montes nacen pocos toreros. Los seres privilegiados vienen al mundo en muy escaso número y de tarde en tarde", escreveu Sánchez de Neira.
Fontes: Manuel Peralta Godinho e Cunha; Wikipédia
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Foto do Mês - Dezembro de 2010
Publicado a 09 de Dezembro de 2010
... a cilhas passadas - Praça de Toiros de S. João, Angra do Heroísmo, início do séc. XX
domingo, 5 de dezembro de 2010
Pónei da Terceira
Publicado a 05 de Dezembro de 2010
O Pónei da Terceira "carece de ser registado como raça autóctone". A ideia é defendida por José Veiga Maltês, presidente da Câmara Municipal da Golegã, Capital do Cavalo, que esteve recentemente em Angra do Heroísmo, aquando da criação da Associação de Criadores e Amigos do Pónei da Terceira.
O autarca, que também é criador de cavalos, é ainda Presidente da Associação Feira Nacional do Cavalo.
José Veiga Maltês considera que os Açores e em particular a Terceira "têm um diamante por burilar".
Para o autarca, o interesse está sobretudo na utilidade do animal para o ensino na equitação, por parecer um Puro Sangue Lusitano em ponto pequeno, ao contrário dos póneis comuns.
Por isso, José Veiga Maltês não tem dúvidas das potencialidades da raça na exportação para outras zonas do país. "Tem características únicas", salienta.
De passagem pela ilha, o criador de cavalos diz ter chamado à atenção da autarca de Angra do Heroísmo para a importância do Pónei da Terceira.
José Veiga Maltês defende que a nova raça tem de ter "apoio e gestão muito rigorosa". "Tem de haver reconhecimento técnico", sublinha.
O Pónei da Terceira esteve o ano passado representado na Feira Nacional do Cavalo, na Golegã e segundo o autarca da cidade quem lá esteve ficou "encantado" com o animal. O criador de cavalos notou, no entanto, que poucas pessoas conheciam a raça.
José Veiga Maltês sublinha, por isso, a necessidade de promover o Pónei da Terceira. "Eu vou fazer todos os possíveis para sensibilizar as autoridades", frisa.
O próprio autarca diz-se "encantado" com este novo pónei. "Eu acho extraordinário como se conseguiu preservar a raça", aponta.
Reconhecer a raça
A Associação de Criadores e Amigos do Pónei da Terceira (ACAPT) foi apresentada na passada sexta-feira.
Tem como objetivo tornar o pónei da Terceira num elemento ativo e participante de atividades lúdicas, desportivas e turísticas.
Artur Machado é um dos mais de 30 sócios que compõem a associação.
A primeira ação do grupo será, de acordo com o professor da Universidade dos Açores (UAç), o envio dos estudos biométricos e genéticos já realizados para o Ministério da Agricultura, para que sejam depois re-encaminhados para a fundação com poder para reconhecer a raça.
Segundo Artur Machado, para além de sensibilizar as instituições para o reconhecimento do Ponéi da Terceira como raça, a associação terá como funções também o registo dos animais.
Neste momento, só a Universidade dos Açores já tem 40 póneis, um número que permite já garantir a sua sobrevivência. Estão criadas, portanto, as condições para que a raça seja reconhecida, segundo o investigador da UAç.
Falta de apoios
A manutenção dos animais revela-se, contudo, uma ação difícil para os investigadores da academia açoriana.
O efetivo tem vindo a aumentar todos os anos e faltam os meios para os alimentar.
Artur Machado sente que não há interesse pela raça. O Governo Regional cede apenas um terreno dos Serviços Florestais, que já se torna insuficiente.
Os investigadores já receberam propostas de fora da ilha para aquisição de animais, mas neste momento, salienta Artur Machado, "ainda não é conveniente" exportá-los.
Para o professor da Universidade dos Açores, para além da conservação da espécie, o reconhecimento da raça pode também ser um contributo importante para o desenvolvimento económico da ilha.
"Um pónei, hoje em dia, na Europa, vale tanto como um bom cavalo", salienta.
O autarca, que também é criador de cavalos, é ainda Presidente da Associação Feira Nacional do Cavalo.
José Veiga Maltês considera que os Açores e em particular a Terceira "têm um diamante por burilar".
Para o autarca, o interesse está sobretudo na utilidade do animal para o ensino na equitação, por parecer um Puro Sangue Lusitano em ponto pequeno, ao contrário dos póneis comuns.
Por isso, José Veiga Maltês não tem dúvidas das potencialidades da raça na exportação para outras zonas do país. "Tem características únicas", salienta.
De passagem pela ilha, o criador de cavalos diz ter chamado à atenção da autarca de Angra do Heroísmo para a importância do Pónei da Terceira.
José Veiga Maltês defende que a nova raça tem de ter "apoio e gestão muito rigorosa". "Tem de haver reconhecimento técnico", sublinha.
O Pónei da Terceira esteve o ano passado representado na Feira Nacional do Cavalo, na Golegã e segundo o autarca da cidade quem lá esteve ficou "encantado" com o animal. O criador de cavalos notou, no entanto, que poucas pessoas conheciam a raça.
José Veiga Maltês sublinha, por isso, a necessidade de promover o Pónei da Terceira. "Eu vou fazer todos os possíveis para sensibilizar as autoridades", frisa.
O próprio autarca diz-se "encantado" com este novo pónei. "Eu acho extraordinário como se conseguiu preservar a raça", aponta.
Reconhecer a raça
A Associação de Criadores e Amigos do Pónei da Terceira (ACAPT) foi apresentada na passada sexta-feira.
Tem como objetivo tornar o pónei da Terceira num elemento ativo e participante de atividades lúdicas, desportivas e turísticas.
Artur Machado é um dos mais de 30 sócios que compõem a associação.
A primeira ação do grupo será, de acordo com o professor da Universidade dos Açores (UAç), o envio dos estudos biométricos e genéticos já realizados para o Ministério da Agricultura, para que sejam depois re-encaminhados para a fundação com poder para reconhecer a raça.
Segundo Artur Machado, para além de sensibilizar as instituições para o reconhecimento do Ponéi da Terceira como raça, a associação terá como funções também o registo dos animais.
Neste momento, só a Universidade dos Açores já tem 40 póneis, um número que permite já garantir a sua sobrevivência. Estão criadas, portanto, as condições para que a raça seja reconhecida, segundo o investigador da UAç.
Falta de apoios
A manutenção dos animais revela-se, contudo, uma ação difícil para os investigadores da academia açoriana.
O efetivo tem vindo a aumentar todos os anos e faltam os meios para os alimentar.
Artur Machado sente que não há interesse pela raça. O Governo Regional cede apenas um terreno dos Serviços Florestais, que já se torna insuficiente.
Os investigadores já receberam propostas de fora da ilha para aquisição de animais, mas neste momento, salienta Artur Machado, "ainda não é conveniente" exportá-los.
Para o professor da Universidade dos Açores, para além da conservação da espécie, o reconhecimento da raça pode também ser um contributo importante para o desenvolvimento económico da ilha.
"Um pónei, hoje em dia, na Europa, vale tanto como um bom cavalo", salienta.
Fonte: Diário Insular
João Nogueira - Montar o futuro
Publicado a 05 de Dezembro de 2010
Aos 11 anos todos os sonhos são legítimos, mas o sonho de João Nogueira já começa a ganhar forma. E conquistar um título nacional é um excelente primeiro passo. Como dizia alguém há algumas semanas atrás, é preciso querer e crer. E trabalhar, claro, tal como tem trabalhado - e bem - a equitação terceirense ao longo dos últimos anos. Aliás, bem se pode considerar que a modalidade também está a dar os primeiros passos e de forma equilibrada, crescendo em praticantes, entusiasmo, visibilidade e, fruto do trabalho desenvolvido, em campeões.
O jovem cavaleiro terceirense João Nogueira, competindo em representação da Associação Regional de Desporto Equestre dos Açores, sagrou-se recentemente campeão nacional de Dressage (ensino), no escalão de iniciados. Natural de Angra do Heroísmo, o atleta dos quadros do Centro Equestre "O Ilhéu", montando Caramelo, obteve a média final de 61,68 pontos, somando nos três dias de prova dois primeiros lugares (primeiro dia com 63,375 pontos e terceiro dia com 62,600 pontos) e um segundo (segundo dia com 59,067 pontos). O Campeonato de Portugal teve lugar na Academia de Dressage de Arruda dos Vinhos.
João Nogueira, de apenas 11 anos de idade, é apontado por muitos como um dos grandes talentos da equitação açoriana e nacional, sendo este êxito, para além da confirmação das suas inegáveis qualidades, reflexo do trabalho altamente meritório que tem sido desenvolvido no arquipélago em prol da modalidade.
Aluno do 7.º ano de escolaridade na Escola Tomás de Borba, em S. Carlos, João Nogueira conta-nos que foi a mãe quem lhe deu o primeiro empurrãozinho, incentivando-o a aprender a montar. E tem sido feito de aprendizagem o percurso do jovem cavaleiro na equitação, descrevendo-o com orgulho, mas também com convicção. "Primeiro do que tudo é preciso gostar, trabalhar forte e dedicar-se à modalidade. Tenho muita confiança e orgulho no meu cavalo, porque ele, tal como eu, partiu do zero. Foi no Centro Equestre "O Ilhéu", com a ajuda do Luís Filipe Machado, o meu treinador, que ele se fez um cavalo de ensino e eu um cavaleiro", explica-nos quando lhe perguntamos quais os segredos para se singrar neste desporto.
É igualmente com satisfação que nos fala da sua prestação na prova de Arruda dos Vinhos, onde alcançou o título nacional de Dressage no seu escalão etário, mas também com os pés bem assentes no chão, sabendo que há ainda um caminho a percorrer para superar algumas lacunas. "Penso que obtive uma boa prestação, embora tenha consciência que tenho algumas falhas que espero vir a melhorar com a prática. No primeiro dia de provas não conhecia o nível dos meus adversários, mas, depois de obter a pontuação mais alta nesse dia, percebi que tinha hipóteses de ganhar o título", recorda.
João Nogueira entende que o nível de equitação que encontrou no continente é bastante diferente daquele que se pratica nas ilhas, sobretudo, descreve, "no que toca aos animais em competição". Por outro lado, o atleta do Centro Equestre "O Ilhéu" elogia a capacidade e as qualidades dos cavaleiros terceirenses e açorianos, mesmo que, por cá, as condições de trabalho não sejam as mesmas que estão à disposição dos cavaleiros continentais. Veterinário e cavaleiro de alternativa são os projetos em termos profissionais, mas também há sonhos para a equitação: "espero conseguir evoluir para o próximo nível de competição e alcançar mais êxitos. E sonho concorrer a nível internacional". Quem sabe um dia, João. Quem sabe...
Fonte: Diário Insular
O jovem cavaleiro terceirense João Nogueira, competindo em representação da Associação Regional de Desporto Equestre dos Açores, sagrou-se recentemente campeão nacional de Dressage (ensino), no escalão de iniciados. Natural de Angra do Heroísmo, o atleta dos quadros do Centro Equestre "O Ilhéu", montando Caramelo, obteve a média final de 61,68 pontos, somando nos três dias de prova dois primeiros lugares (primeiro dia com 63,375 pontos e terceiro dia com 62,600 pontos) e um segundo (segundo dia com 59,067 pontos). O Campeonato de Portugal teve lugar na Academia de Dressage de Arruda dos Vinhos.
João Nogueira, de apenas 11 anos de idade, é apontado por muitos como um dos grandes talentos da equitação açoriana e nacional, sendo este êxito, para além da confirmação das suas inegáveis qualidades, reflexo do trabalho altamente meritório que tem sido desenvolvido no arquipélago em prol da modalidade.
Aluno do 7.º ano de escolaridade na Escola Tomás de Borba, em S. Carlos, João Nogueira conta-nos que foi a mãe quem lhe deu o primeiro empurrãozinho, incentivando-o a aprender a montar. E tem sido feito de aprendizagem o percurso do jovem cavaleiro na equitação, descrevendo-o com orgulho, mas também com convicção. "Primeiro do que tudo é preciso gostar, trabalhar forte e dedicar-se à modalidade. Tenho muita confiança e orgulho no meu cavalo, porque ele, tal como eu, partiu do zero. Foi no Centro Equestre "O Ilhéu", com a ajuda do Luís Filipe Machado, o meu treinador, que ele se fez um cavalo de ensino e eu um cavaleiro", explica-nos quando lhe perguntamos quais os segredos para se singrar neste desporto.
É igualmente com satisfação que nos fala da sua prestação na prova de Arruda dos Vinhos, onde alcançou o título nacional de Dressage no seu escalão etário, mas também com os pés bem assentes no chão, sabendo que há ainda um caminho a percorrer para superar algumas lacunas. "Penso que obtive uma boa prestação, embora tenha consciência que tenho algumas falhas que espero vir a melhorar com a prática. No primeiro dia de provas não conhecia o nível dos meus adversários, mas, depois de obter a pontuação mais alta nesse dia, percebi que tinha hipóteses de ganhar o título", recorda.
João Nogueira entende que o nível de equitação que encontrou no continente é bastante diferente daquele que se pratica nas ilhas, sobretudo, descreve, "no que toca aos animais em competição". Por outro lado, o atleta do Centro Equestre "O Ilhéu" elogia a capacidade e as qualidades dos cavaleiros terceirenses e açorianos, mesmo que, por cá, as condições de trabalho não sejam as mesmas que estão à disposição dos cavaleiros continentais. Veterinário e cavaleiro de alternativa são os projetos em termos profissionais, mas também há sonhos para a equitação: "espero conseguir evoluir para o próximo nível de competição e alcançar mais êxitos. E sonho concorrer a nível internacional". Quem sabe um dia, João. Quem sabe...
Fonte: Diário Insular