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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Festa Campestre de Beneficência a 14 de Outubro


No próximo dia 14 de Outubro, pelas 12:00, realizar-se-á uma festa campestre de Beneficência, no Tentadero da Terra Chã, Ilha Terceira. Trata-se do evento que encerra oficialmente a celebração dos 15 anos de alternativa do bandarilheiro João Pedro Silva, conhecido no mundo tauromáquico por "O Açoriano".

Actuarão os matadores Luís Gerpe e João Diogo Fera, o bandarilheiro João Pedro Silva ‘Açoriano’, os Forcados Amadores Juvenis da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e os Forcados Amadores do Ramo Grande. Serão lidadas reses de várias ganadarias, a saber: Rego Botelho, Casa Agrícola José Albino Fernandes, João Gaspar, Francisco Sousa, Ezequiel Rodrigues e Humberto Filipe.

Um dos momentos mais importantes deste evento será a apresentação do pasodoble de autoria do maestro Durval Festa, ‘João Pedro – O Açoriano’ por parte da Sociedade Musical e Recreio da Terra Chã.

A entrada tem o custo de 2 euros. Haverá serviço de restauração a funcionar.
Na Terra Chã, local onde nasceu, João Pedro Silva celebrará junto dos seus e de todos aqueles que se queiram juntar a esta festa, todo o percurso profissional feito até então.
Os lucros obtidos serão entregues a instituições de solidariedade, selecionadas por João Pedro Silva e que serão reveladas em tempo oportuno.

terça-feira, 8 de agosto de 2023

Rouxinol, Pamplona e pegas com estrela de Merced(es) – crónica da Corrida das Festas da Praia 2023

 


“Para disfrutar do toureio não bastam os olhos. Aos que não têm a sensibilidade adequada, escapa-lhes a essência do mesmo: veem apenas os movimentos exteriores sem perceberem a sua ligação com uma profunda disciplina, do mesmo modo que as pessoas sem ouvido para a música conseguem perceber os sons, mas não a sua relação harmónica.”
José Alameda

Praça cheia, grande ambiente e expectativa, mesmo que nem sempre fosse entendida a relação harmónica entre os sons que brotavam da arena. Corrida das Festas da Praia com um curro de Rego Botelho (2) (RB), Casa Agrícola José Albino Fernandes (1) (JAF) e João Gaspar (3) (JG). Discrepância de números, por ter sido rejeitado um exemplar JAF ao não atingir o peso fixado (430Kg) no “Regulamento Geral dos Espectáculos Tauromáquicos de Natureza Artística da Região Autónoma dos Açores”, para corridas em praças de primeira categoria.

Com homenagens começou a tarde: a Luís Rouxinol pela sua estreia, há 36 anos, numa Corrida realizada no âmbito das mesmas festividades, ao Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT) pela celebração do seu 50º aniversário e ao Grupo de Forcados Amadores de Merced (Califórnia-EUA) (GFAM) pela passagem dos seus 15 anos de existência.

Abriu praça um bom exemplar JAF (nº170, 448Kg). Bem rematado, mas escasso de cara, deu boa conta de si e investiu com som. Luís Rouxinol tirou partido do bom oponente que tinha pela frente e, com todo o seu conhecimento e recorte toureiro, rubricou uma boa lide a mostrar que vinha para triunfar. Variado nas escolhas de terreno e correcto nas cravagens, chegou cedo às bancadas. O seu segundo toiro (JG, nº94, 455Kg) saía desligado das sortes e tinha pouca transmissão. O Cavaleiro do Montijo palmilhou terreno e gradualmente foi conseguindo colocar no toiro o que ele não tinha, explorando assim o pouco que ali havia. Lide correcta e com ligação ao público, terminada com um par de bandarilhas em terrenos de dentro.

Sónia Matias regressou à ilha Terceira passados largos anos. Da sua presença fica na retina o soltar do cabelo, em ambas as lides, e a constante colocação das mãos da montada no estribo da Praça. Cravagens a aliviar e preocupação com o público…faltou tourear. O “Fidalgo” (JG, nº5, 433Kg) carregava pouco e foi enquerençando nos tércios, pedindo que lhe mexessem com os terrenos, já o “Pendular” (RB, nº94, 559Kg) entregou-se à luta, merecendo outro tipo de lide, para que pudesse expressar o seu comportamento em pleno. Sobrou toiro. Voltas à arena e música, durante as lides, deveriam acontecer como prémios para bons desempenhos e não apenas porque…sim!

Para Tiago Pamplona saiu um RB corpulento (nº5, 522Kg) brocho de córnea. Distraído e ficando-se curto na investida, não complicou, numa lide em que se viu inteligência e saber. O Cavaleiro adequou-lhe a lide, obrigou o toiro a ligar-se e saiu em bom plano. A corrida havia de fechar com um bom exemplar de JG (nº1, 472Kg). Um toiro que foi crescendo com o desenrolar da contenda, empregando-se e dando boa réplica aos mandos do cavaleiro. Pamplona desempenhou a função com uma constante ligação ao toiro. Toureou bem: bregou com correcção e esteve criterioso na preparação das sortes, pautando as viagens com o ritmo certo. Também desta forma se chega às bancadas, fazendo vibrar não só quem apenas sente a música, mas também quem entende a harmonia. Pelo segundo ano a sair em plano de triunfo na Corrida das Festas da Praia.

Nas pegas estiveram em praça, pelo GFATT: o jovem João Bettencourt que à segunda efectuou uma boa pega, sendo muito bem ajudado pelo grupo; João Vieira sentiu o poderio do toiro que teve pela frente e fechou-se à 3ª com ajudas mais carregadas; João Silva que se fechou à segunda, depois de ter estado menos bem na cara de um oponente que pedia contas. Pelo GFAM: João Azevedo (cabo) moralizou o grupo com uma boa pega à primeira tentativa, tal como haviam de ser as restantes pegas do grupo. João Vitorino esteve valente numa rija pega e, a finalizar, Aaron Sauer, que apesar de tropeçar no momento da reunião, fechou-se com querer, sendo muito bem ajudado pelo grupo.

A corrida foi dirigida, com alguma condescendência, por Mário Martins, auxiliado pelo médico veterinário Vielmino Ventura. A abrilhantar, a Banda da Sociedade Filarmónica Recreio Lajense. O intervalo da Corrida foi animado pela Escola de Pandeiros de Santa Bárbara e os Aprendizes de São Brás.

 

Bruno Bettencourt

terça-feira, 4 de julho de 2023

…da terra


Tal como em muitos outros locais deste país, o epíteto “da terra” também é muito utilizado por cá! Seja a faia, a batata, a viola, o cão barbado, a aguardente, a pimenta, o toiro ou os toureiros… Esta designação dá uma certa afectividade e quase propriedade ao sujeito a que se associe. Falar em afectividade, nem sempre tem um significado positivo. Em muitas situações, e a tauromaquia não é excepção, quanto mais pequeno o meio (a dita terra) maior é a rejeição daquilo que lhe pertence.

As palavras Terceira e Tauromaquia são indissociáveis (por mais que muitas cabecinhas neo-iluminadas procurem reverter o equilíbrio desta equação!) e, em resultado deste facto, muitos têm sido os nomes que ao longo de séculos vão surgindo cá “na terra”, sejam ganaderos, bandarilheiros, forcados, cavaleiros… e até um matador! É certo e sabido que termos água a rodear-nos por todos os lados dificulta a ligação entre os “da terra” e os “lá de fora” ou “aquilo lá fora” e, dessas dificuldades, surgem aspectos como a menor (ou nenhuma) experiência e/ou qualidade. Toda esta teia cria um conflito em cada pessoa “da terra”: a solidariedade interior que leva ao desculpar de eventuais falhas por parte dos nomes “da terra”, resultantes da tal “menor experiência”, transforma-se em pena, para depois colidir na crítica fácil e desdém sempre à procura de apontar a “menor qualidade” dos nomes “da terra”.

Lançada a confusão, chegamos aos dias de hoje! Mesmo nos dias de hoje, muitos aspectos continuam iguais aos dias de ontem: a rejeição daquilo que é “da terra”! Actualmente, a ilha Terceira conta com ganadarias de grande qualidade, que procuram melhorar cada vez mais o seu efectivo, dois grupos de forcados cujos nomes estão entre as referências nacionais, bandarilheiros entre os melhores do país e dois cavaleiros de alternativa, no ativo, que não defraudam qualquer cartel onde sejam colocados, seja em que praça for! É possível montar uma corrida (ou mais!) com um cartel composto apenas com nomes “da terra”! Sabendo-se destes factores, de antemão, continua a haver a tal rejeição…

Não se pretende com estas linhas que as pessoas “da terra”, e os aficionados em particular, percam o seu sentido crítico e passem a aceitar tudo e a olhar com bons olhos, apenas porque é “da terra”. Não há aqui, de todo, um culto regionalista obsessivo, bacoco e cego na defesa do que é “da terra”! A intenção é apenas fazer com que se pense, nem que seja por um segundo, que os intervenientes que são “da terra” têm qualidade e não devem ser rejeitados só porque sim. Reforçando o que foi referido em cima, quem não se lembra de toiros inesquecíveis pela sua bravura, quer na nossa Monumental, quer “lá fora” e a serem premiados por isso? Forcados a arrancarem grandes pegas e a ganharem todos os troféus? Bandarilheiros a agradecer de montera em mão? Cavaleiros a disputar e a triunfar em muitas das corridas em que participam, com quadras de “primeira água”? Eram todos da terra e aconteceu, tal como continuará a acontecer…. Seja “cá na terra” ou “lá fora”!

Não nos podemos fechar, se queremos evoluir e continuar a par do que se passa “lá fora”. É fundamental que tenhamos entre nós todas as figuras deste mundo que nos encanta a todos. Ninguém o está a rejeitar! Seria impossível! Mas, acima de tudo, que se continue a respeitar os que cá andam a manter a chama da tauromaquia viva através da sua dedicação e desempenho e, que não se franza a testa e se perca o ímpeto de assistir a que espectáculo for, só porque no cartel aparecem nomes… DA TERRA!

Bruno Bettencourt


segunda-feira, 3 de julho de 2023

Corrida das Festas da Praia 2023




 

domingo, 2 de julho de 2023

Toiros de sobra e ouro nas mãos de Belerique – Crónica da terceira Corrida da Feira de S. João 2023


Dúvidas houvesse, a afluência de público aos eventos de Feira de S. João 2023 (espectáculos de “tauromaquia popular” incluídos) são a prova da vitalidade da Festa Brava nesta ilha que é o Coração da Tauromaquia Atlântica. A anunciada “Grandiosa Corrida Mista”, modelo do agrado da afición local, não foi excepção: 3/4 de praça para assistir aos desempenhos de António Ribeiro Telles, Luís David Adame, Joaquim Ribeiro “Cuqui” e do Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense. A completar, os elementos centrais de toda esta equação que vieram da Caldeira Guilherme Moniz, ostentando ferro e divisa da ganadaria terceirense de Rego Botelho.

Comecemos pelo curro: seis exemplares de grande apresentação e seriedade. Manejáveis, revelando bom comportamento, destacando-se com menos brilho, o quinto da ordem. E se apenas um toiro é destacado por um menor desempenho, há que dizer que, no caso dos restantes, por vezes sobrou toiro…. Tanto que se pode e podia ter feito com as sobras…

Em melhor plano do que na primeira Corrida da Feira, António Telles abriu praça com uma lide que a espaços foi chegando à assistência. Diligente na escolha de terrenos, foi corrigindo a mão, alcançando cravagens de boa nota e com verdade. Frente ao quarto da ordem, ao qual cravou à porta-gaiola, esteve num patamar superior. Tirou partido do toiro e foi cravando em terrenos de compromisso com destaque para o 2º ferro curto, ao estribo e à boa maneira portuguesa. Quando a lide caminhava para o final, pediu autorização e chamou à praça o outro António, o filho que era seu “sobressaliente” na corrida. Uma surpresa para a assistência e um momento bonito, apanágio dessa universidade que é a Herdade da Torrinha. Pena as cravagens não terem resultado em pleno e no ritmo expectável. Terão pecado pelo prolongamento da função, apesar de se perceber o entusiasmo. No final, um “Centurion” (nº2, 495Kg) que muito jeito teria dado às tropas de César: aguentou a cravagem de 11(!) arpões e nunca virou a cara, investindo sempre de forma franca.

Pegas do GFATTT frente a toiros sérios. Francisco Matos resolveu à quarta tentativa, a sesgo e com ajudas carregadas, após tentativas em que aguentou duros derrotes por baixo de um sério “cinqueño” que foi aprendendo e descompondo o grupo. Bernardo Belerique havia de trazer a chave dourada para trancar em beleza esta Feira dos 50 anos do “grupo da tertúlia”. Uma pega daquelas que não se esquecem: saída pronta do toiro, o forcado a aguentar-se e a fechar-se no momento certo. Uma vez mais, Fernando Ferreira “Mangueira” a mostrar o porquê de ser um primeiro ajuda de referência na forcadagem deste país: no momento certo, e irrepreensível, a possibilitar o consumar de uma pega de querer. Após ser levado até às tábuas, o forcado da cara aguentou a fuga do toiro que pareceu interminável, até o grupo se fechar de forma triunfal. Duas voltas para Belerique, sendo acompanhado na segunda, a pedido da assistência, pelo “bom gigante” Fernando Ferreira.

Luis David Adame pisou a arena angrense 15 anos depois do seu irmão Joselito. O Matador mexicano mostrou recursos com o Capote, quer na lide dos seus toiros, quer indo ao quite nos toiros do companheiro de cartel. Verónicas, Chicuelinas, Largas de Joelhos, Tafarellas, Calecerinas e Zapopinas foram desenhadas pelo capote de forro azul-celeste. Bastante desluzido com as bandarilhas, empenhou a muleta e começou, por Derechazos, a traçar uma lide que teve momentos de interesse e temple artístico, ficando as vistosas Manoletinas com que encerrou. Ficou por explorar com mais afinco o lado esquerdo do oponente. Frente ao segundo do seu lote, destaca-se o desempenho de João Pedo Silva, com dois grandes pares de bandarilhas e de Diogo Coelho com igual prestação empunhando a parelha de ferros. O Matador baseou a (quase) lide na mão direita. A registar a entrega do matador que, apesar de tudo, não conseguiu séries com grande ligação, mercê de um exemplar que saía desligado. O toiro foi escolhendo os terrenos e o Matador acabou a citar à porta dos curros, terminando com pouca história.

Joaquim Ribeiro “Cuqui” procurou meter-se na disputa pelo triunfo, nesta sua apresentação de “luces” em Angra do Heroísmo. Com o Capote, entre outros lances já referidos acima, destaca-se a quietude e o poder das suas Verónicas. Compartilhou o tércio de bandarilhas com Fernando Fetal que esteve na ilha Terceira para prestar prova de Alternativa de Bandarilheiro. Fetal esteve superior no primeiro e terceiro par cravado. Cuqui deixou boa nota, explanando a plasticidade do seu toureio. Lidou por ambos os lados, destacando-se uma bonita e cingida série de Naturais. A cada passe foi ficando cada vez mais profundo e templado, diante de um toiro que se entregou de pronto e com recorrido, a pedir mais. Diante do último exemplar da corrida, esteve desinspirado com as bandarilhas, recorrendo a um último par "de violino" para procurar compensar os lapsos anteriores. Na saída do tércio, não se livrou de um momento de apuro, tendo sido levado por terra diante das hastes do oponente. Terá sofrido um “puntazo” no glúteo direito. Não acusou o toque. Mostrou recursos toureiros, indo de encontro ao que de melhor tinha este “Czar” (nº98, 533Kg) de Rego Botelho. Lide variada com as duas mãos a fazer soar tímidos “Olés” na assistência. No final, recolheu à enfermaria pelo próprio pé.

Corrida dirigida por Mário Martins, sendo assessorado pelo médico veterinário Vielmino Ventura. A abrilhantar, brilhantemente, a Banda da Feira de S. João sob a batuta do Maestro Durval Festa.

Uma nota para a organização desta Feira de S. João 2023, a Tertúlia Tauromáquica Terceirense em parceria com a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo. Uma feira bem montada e triunfal em termos de assistências registadas, mantendo-se como um certame de referência no panorama taurino nacional e renovando o constante pulsar deste Coração da Tauromaquia Atlântica.

Oportunamente serão anunciados os nomes dos vencedores dos troféus da Feira: Bravura, Apresentação, Melhor pega, Melhor lide a Cavalo, Melhor lide apeada e Triunfador da Feira.

Bruno Bettencourt
Foto:
Fernando Pavão


 

terça-feira, 27 de junho de 2023

Triunfo de João Pamplona e Francisco Palha com obra inacabada – Crónica da segunda Corrida da Feira de S. João 2023


Francisco Palha
, João Pamplona, António Telles (filho), Forcados Amadores de Turlock e Amadores do Ramo Grande, toiros da Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF), Veiga Teixeira (VT) e João Gaspar (JG), os protagonistas (não os únicos!) da designada “Corrida do Emigrante”, segunda da Feira de S. João 2023, em Angra do Heroísmo.

Francisco Palha esteve mais toureiro do que na Corrida do dia anterior. Abriu diante de um bom exemplar (JAF, nº183, 466Kg) que, cedo, mostrou disposição para a contenda e se entregou durante toda a lide. O Cavaleiro foi crescendo, mostrando intenção de não deixar fugir o triunfo. A destacar a preparação e cravagem do quatro ferro curto a favor da querença natural do toiro. Era vistoso o “Preguiçoso” (JG, nº89, 622Kg) e revelou-se um belo toiro, pleno de nobreza e entregando-se a todas as solicitações. Palha tirou partido do que o oponente lhe oferecia e recriou-se numa meia lide com dois (!) ferros curtos, a dar vantagens e a consentir. Meia lide porque, quando se estava a adivinhar a explosão para o triunfo, o Director de Corrida torna-se noutro dos protagonistas ao negar o pedido do Cavaleiro. Fica na dúvida se o pedido se destinava à cravagem de mais um ferro (apenas cravou 2 compridos e outros tantos curtos) ou à troca de montada. O que é certo é que lhe foi negado e a lide ficou por ali. Erros acontecem, mas este foi incompreensível, deixando as bancadas em sonoro protesto.

A João Pamplona havia de calhar em sorte um exemplar VT (nº797, 492Kg) que substituiu um dos JAF anunciados. Distraído numa primeira fase, havia de melhorar os seus modos. Uma grande lide, de entrega, que cedo chegou às bancadas. Bregas de boa nota, criterioso na escolha dos terrenos, a sacar a água do poço e a obrigar o toiro a meter-se na disputa. O “Esperança” (JG, nº96, 557Kg) era desligado e adiantava-se à montada, ainda assim, não trouxe problemas de maior. O Cavaleiro terceirense esteve em bom plano e explorou o que de bom havia no toiro. Destaque para o emotivo 3ª ferro curto.

António Telles (filho) estreou-se bem na ilha Terceira. Diante de seu primeiro (JAF nº173, 516Kg) mostrou predicados e não negou a sua ascendência. Lide agradável diante de um toiro voluntarioso sem complicações. Fechou a corrida com uma lide em que se notou a preocupação de ligação ao toiro (JG, nº 97, 502Kg). O hastado não carregava nas sortes, parava-se na reunião e foi perdendo ímpeto com o desenrolar da função. A cravagem de 6 (!) ferros curtos a somar aos 3 compridos, sustentam a sensação de que terá prolongado a lide um pouco além do desejado.

Pelos Forcados de Turlock pegaram: Bryce Rocha, à segunda tentativa e com ajudas carregadas; Joseph Parreira à primeira, numa pega de levantar praça, a aguentar a fuga do toiro ao grupo e Fábio Vieira, à primeira sem dificuldades. Pelos Forcados do Ramo Grande, Rui Dinis resolveu à terceira tentativa com ajudas carregadas; Luís Valadão à primeira fechou-se bem, aguentando a viagem com o toiro trazendo a cara pelo chão e André Lourenço com garra e muita atitude, fechou-se à primeira, corrigindo-se valentemente na cara do toiro quando já se pensava que dali sairia.

Dirigiu a corrida o Director Mário Martins que, pecou pela situação já narrada em relação a Francisco Palha. Foi assessorado pelo médico veterinário José Paulo Lima. Abrilhantou brilhantemente a corrida, outra protagonista da noite: a Azorean Band of Escalon (Califórnia).

Nota ainda para as homenagens efectuadas aos ganaderos e criadores de cavalos dos Estados Unidos da América e Canadá, emigrantes açorianos e/ou descendentes das ilhas de bruma. Momento simbólico mais do que merecido, no entanto, apesar de se perceber que é importante fazê-lo diante de uma praça cheia, como se verificou, há que ter cuidado em relação ao tempo. Mercê desta cerimónia, que podia ter sido feita noutro horário, assistiu-se a uma corrida de praticamente 3h30!

Bruno Bettencourt

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