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domingo, 13 de junho de 2010

NA TERCEIRA Mapa do Toiro com roteiro próprio

Publicado a 13 de Junho de 2010

O mapa da “Rota do Toiro”, projecto co-organizado pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense, a Associação Regional de Criadores da Tourada à Corda, a Delegação de Turismo da Ilha Terceira, a Direcção Regional de Desenvolvimento Agrário e a ART – Associação Regional de Turismo dos Açores, inclui catorze paragens.
A primeira delas é feita na Tertúlia Tauromáquica Terceirense, instituição de utilidade pública, fundada em 1966.
Logo ao lado, a Praça de Toiros Ilha Terceira faz parte integrante do itinerário tauromáquico turístico. A Monumental, gerida pela Sociedade Tauromáquica Progresso Terceirense – Promoção de Espectáculos Taurinos, S.A., abriu portas em 1984.

A paragem seguinte será feita junto ao Monumento ao Toiro, ainda por instalar na rotunda junto à Praça de Toiros.
De seguida, o turista é convidado a visitar oito ganaderias da ilha Terceira: Eliseu Gomes, Francisco Sousa, Humberto Filipe, Herdeiros de Ezequiel Rodrigues, Casa Agrícola de José Albino Fernandes, Manuel de Borba Gaspar, Irmãos Toste e Rego Botelho, respectivamente.
Fundadores e historial de cada uma destas ganaderias, bem como os seus sinais de orelha, ferro e a divisas é o que pode encontrar neste roteiro em relação a estas casas.


Da Praça de S. João à Pedra Furada

O roteiro do toiro prossegue ainda com uma passagem pela antiga Praça de S. João, onde actualmente se situa o Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, outrora uma das mais emblemáticas praças de toiros, edificada em 1870, mantendo, então, portas abertas durante mais de 110 anos.

Saindo da cidade, em direcção ao interior da ilha, o “Esconderijo” – outro local do roteiro – mostra o marco de pedra, antigamente espalhado por vários caminhos agrícolas da ilha, destinados a abrigar caminhantes e cocheiros importunados pelo gado bravo.

Outro ponto a visitar, a “Pedra Furada” mostra como eram amansadas as vacas bravias dos matos, para que se pudesse retirar o leite e colocar chocalhos para depois recolher os toiros para serem lidados.


Preferência terceirense pelas touradas

Aquela que é considerada como uma das mais ancestrais culturas dos Açores deve a sua introdução, pode ler-se no roteiro, aos primeiros colonos das ilhas, cujo gado bovino acabou por adquirir características bravias, tendo mais tarde sido alvo de cruzamento e selecção para apuramento da raça.

O facto de se ter mantido a maior aficion na ilha Terceira, explicam os promotores, tem, entre outras, origens históricas: “para alguns autores, a persistência de Corridas de Toiros e Touradas só na Ilha Terceira, explica-se pela abundância de gado bravio no interior da ilha. Para outros, revela claramente a origem espanhola de tais diversões, consequência do longo período de ocupação castelhana da Ilha Terceira. Contudo, versão mais verosímil, refere que o espectáculo dos toiros foi antigamente diversão de nobres e fidalgos, e sendo Angra a Corte e centro de aristocracia, seria por esse facto que a Festa Brava apenas sobreviveu na Ilha Terceira, influenciando outras ilhas já a partir do século XX. Aquando da invasão filipina da Ilha Terceira, a resistência heróica dos terceirenses – liderada por Brianda Pereira – na famosa Batalha da Salga, contou com a largada de gado bravio dos matos da ilha, que à desfilhada investiu e ajudou a derrotar as tropas castelhanas”.

A primeira referência à tourada à corda surge 1622 pelas celebrações em Angra, da canonização de S. Francisco Xavier e Santo Inácio de Loyola.

Hoje, tourada à corda é tida como a maior manifestação popular dos Açores especialmente da Terceira, mas também assinalada em S. Jorge, Graciosa e Pico, de 1 de Maio a 15 de Outubro.

Humberta Augusto in
A União

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