Entrevista a José Paulo Lima, autor de "O Lugar Atlântico do Toiro"
"O LUGAR ATLÂNTICO DO TOIRO" FOI LANÇADO RECENTEMENTE. O QUE MOTIVOU A
ESCREVER UM LIVRO SOBRE O TOIRO DA TERCEIRA?
O livro surgiu sobretudo do fascínio que sinto por este animal maravilhoso que é o toiro. A tauromaquia é um fenómeno social abrangente nos Açores e que está presente praticamente em todo o quotidiano do povo ilhéu, em particular do terceirense.
Numa altura em que a festa brava é alvo de muitos ataques infundados, o conhecimento do ciclo de vida raça brava e a sua relação com o ambiente é uma grande mais-valia para a defesa da mesma. O toiro bravo nesta obra é contextualizado nas suas origens e desenvolvimento, dando destaque á forma como se cria e se seleciona.
Procurei transmitir por palavras, reforçadas com as imagens do fotógrafo Edgardo Vieira, vincar ideias que não estão acessíveis a grande parte dos aficionados e público em geral.
O livro surgiu sobretudo do fascínio que sinto por este animal maravilhoso que é o toiro. A tauromaquia é um fenómeno social abrangente nos Açores e que está presente praticamente em todo o quotidiano do povo ilhéu, em particular do terceirense.
Numa altura em que a festa brava é alvo de muitos ataques infundados, o conhecimento do ciclo de vida raça brava e a sua relação com o ambiente é uma grande mais-valia para a defesa da mesma. O toiro bravo nesta obra é contextualizado nas suas origens e desenvolvimento, dando destaque á forma como se cria e se seleciona.
Procurei transmitir por palavras, reforçadas com as imagens do fotógrafo Edgardo Vieira, vincar ideias que não estão acessíveis a grande parte dos aficionados e público em geral.
O
QUE DISTINGUE O TOIRO DA TERCEIRA?
O toiro na ilha Terceira evoluiu e continua a evoluir de acordo com a sua finalidade pecuária. O nosso clima e a nossa orografia acabam por condicionar a própria biologia dos animais dando-lhe particularidades por vezes difíceis de identificar.
O mato com as suas condicionantes criou o toiro e foi responsável pela sua manutenção. As importações de linhas de toiro de lide melhoraram de forma substancial esta raça entre nós e puseram a ilha Terceira equiparada com a península ibérica. Hoje criam-se toiros distintos para a tourada à corda e para a lide em praça e estas duas finalidades impulsionam a manutenção da atividade ganadera.
O animal de hoje é muito diferente dos bovinos nativos que eram utilizados até ao princípio do século XX nas atividades taurinas. O progresso genético beneficiou tanto a tauromaquia popular como a dita erudita. Existem no entanto certas particularidades, como sejam o desenvolvimento de cornos, corpulência e capacidade pulmonar que são influenciados em grande parte pelo nosso clima temperado atlântico e pelos solos vulcânicos.
O toiro na ilha Terceira evoluiu e continua a evoluir de acordo com a sua finalidade pecuária. O nosso clima e a nossa orografia acabam por condicionar a própria biologia dos animais dando-lhe particularidades por vezes difíceis de identificar.
O mato com as suas condicionantes criou o toiro e foi responsável pela sua manutenção. As importações de linhas de toiro de lide melhoraram de forma substancial esta raça entre nós e puseram a ilha Terceira equiparada com a península ibérica. Hoje criam-se toiros distintos para a tourada à corda e para a lide em praça e estas duas finalidades impulsionam a manutenção da atividade ganadera.
O animal de hoje é muito diferente dos bovinos nativos que eram utilizados até ao princípio do século XX nas atividades taurinas. O progresso genético beneficiou tanto a tauromaquia popular como a dita erudita. Existem no entanto certas particularidades, como sejam o desenvolvimento de cornos, corpulência e capacidade pulmonar que são influenciados em grande parte pelo nosso clima temperado atlântico e pelos solos vulcânicos.
COMO SE TEM PROCESSADO A MELHORIA GENÉTICA DO GADO BRAVO DA ILHA?
A melhoria genética da raça beneficiou com a importação de linhas de toiros desde o início do século XX, com os elevados padrões de nobreza e bravura que foram sendo introduzidos nas nossas ganadarias. A morfologia dos animais também se alterou fruto da melhoria genética e das melhores condições de maneio.
As importações de gado continental que se iniciaram em 1910 melhoraram de forma cabal o efetivo bravo açoriano.
A seleção pela tenta com a sorte de varas iniciou um processo revolutivo que foi fundamental à melhoria do toiro bravo açoriano. É uma pena e uma falácia pecuária que a sorte de varas nas seja utilizada também em praça para pôr aos olhos de todos este progresso genético extraordinário.
A melhoria genética da raça beneficiou com a importação de linhas de toiros desde o início do século XX, com os elevados padrões de nobreza e bravura que foram sendo introduzidos nas nossas ganadarias. A morfologia dos animais também se alterou fruto da melhoria genética e das melhores condições de maneio.
As importações de gado continental que se iniciaram em 1910 melhoraram de forma cabal o efetivo bravo açoriano.
A seleção pela tenta com a sorte de varas iniciou um processo revolutivo que foi fundamental à melhoria do toiro bravo açoriano. É uma pena e uma falácia pecuária que a sorte de varas nas seja utilizada também em praça para pôr aos olhos de todos este progresso genético extraordinário.
O QUE É PRECISO FAZER PARA MELHORAR O CONHECIMENTO SOBRE O TOIRO TERCEIRENSE
NAS DIFERENTES VERTENTES?
Temos a virtude de este animal ser conhecido dos terceirenses praticamente desde o berço. Qualquer um de nós, mesmo que não seja aficionado, distingue um toiro bravo das restantes raças bovinas.
A informação sobre pontos concretos da sua vida é no entanto escassa. Poucos sabem como se comporta uma vaca brava na altura do parto, como se relacionam em manada e como intervêm na proteção do meio ambiente. Estes conhecimentos vão muito para além da tauromaquia e são do interesse do grande público.
Muitas vezes a tauromaquia é notícia apenas por motivos trágicos, não se dando destaque a pormenores tão simples como a vida no campo e o comportamento desta raça.
Note-se o impacto que a tauromaquia tem nas redes sociais, com diversos canais dedicados à tauromaquia insular.
O público-alvo é muito abrangente, mas muitas vezes a forma como se trata a informação é muitas vezes pobre e deficiente.
É fundamental que se elucide as pessoas sobre qual o objectivo desta raça na ilha Terceira. Por um lado temos um tipo de animal para as touradas à corda, que consegue demonstrar o seu comportamento durante 30 minutos, várias vezes na vida, e por outro um animal que se manifesta apenas uma vez na vida durante 15 minutos numa arena. São por isso mesmo situações distintas que têm que ser descritas.
Temos a virtude de este animal ser conhecido dos terceirenses praticamente desde o berço. Qualquer um de nós, mesmo que não seja aficionado, distingue um toiro bravo das restantes raças bovinas.
A informação sobre pontos concretos da sua vida é no entanto escassa. Poucos sabem como se comporta uma vaca brava na altura do parto, como se relacionam em manada e como intervêm na proteção do meio ambiente. Estes conhecimentos vão muito para além da tauromaquia e são do interesse do grande público.
Muitas vezes a tauromaquia é notícia apenas por motivos trágicos, não se dando destaque a pormenores tão simples como a vida no campo e o comportamento desta raça.
Note-se o impacto que a tauromaquia tem nas redes sociais, com diversos canais dedicados à tauromaquia insular.
O público-alvo é muito abrangente, mas muitas vezes a forma como se trata a informação é muitas vezes pobre e deficiente.
É fundamental que se elucide as pessoas sobre qual o objectivo desta raça na ilha Terceira. Por um lado temos um tipo de animal para as touradas à corda, que consegue demonstrar o seu comportamento durante 30 minutos, várias vezes na vida, e por outro um animal que se manifesta apenas uma vez na vida durante 15 minutos numa arena. São por isso mesmo situações distintas que têm que ser descritas.
Fonte: Diário Insular
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