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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Festival a ser bom aperitivo para a época taurina dos Açores em 2024 – Crónica


Arranque da época taurina nos Açores em Angra do Heroísmo, com o Festival que esteve inserido no “Arraial taurino” realizado de 24 a 28 de Abril. O evento contou com a organização do Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e da Quinta do Malhinha, sendo promovido pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense.O tempo, ao contrário das últimas semanas esteve convidativo e a moldura humana ocupou cerca de meia bancada da, bem cuidada, Praça de Toiros “Ilha Terceira”. Quem se deslocou ao redondel angrense, pode assistir a bons momentos de toureio e, acima de tudo, disfrutar de uma tarde agradável. 

Abriu praça o Cavaleiro Tiago Pamplona diante de um exemplar (nº22, 395Kg) da Ganadaria Ribeiro da Silva (procedência Fernando Palha), que marcou a estreia da divisa vermelho e amarela em eventos formais. Um toiro vistoso e em tipo, dentro do encaste. Investia a meia altura e, apesar de se ir parando nos tércios, deu boa réplica sem comprometer. O Cavaleiro do Posto Santo esteve correcto. Foi entendendo o que o oponente pedia, mexeu-lhe os terrenos, com bregas acertadas, executando as sortes em zonas de compromisso. Destaque para o ferro curto com que encerrou a lide. O segundo do seu lote era de João Gaspar (nº29, 377Kg), um novilho bem apresentado e que se entregou à contenda, apesar de se adiantar ao cavalo.  Tiago esteve superior perante um exemplar que pedia ligação. Bregas cingidas, ligando-se ao oponente de forma eficaz, e sortes a esperar e a consentir as investidas, fizeram com que chegasse às bancadas, com agrado.

João Pamplona era o outro nome anunciado para a lide equestre. O bonito toiro de Herdeiros de Ezequiel Rodrigues (nº452, 317Kg) saiu com muita pata e trazia as características do encaste Norberto Pedroso bem evidentes. Deu boa conta de si, indo à luta com codícia, ainda que atravessando a cabeça nas reuniões. O Marialva da Quinta do Malhinha esteve diligente na escolha dos terrenos, ajustando as velocidades ao longo da lide. A destacar o segundo ferro curto, encurtando terrenos na sua preparação e cravando de forma correcta. O exemplar de Rego Botelho (nº53, 432Kg) que lhe coube em sorte, era bem delineado, apesar de cubeto. Um bom exemplar, a dar bom jogo e a transmitir. João iniciou a lide com um ferro “à porta gaiola” e foi palmilhando patamares ao longo da mesma, mostrando o seu valor. Andando sempre ligado ao oponente, foi corrigindo a mão, terminando com um ferro de boa nota.

A lide apeada esteve a cargo do Novilheiro Gonçalo Alves. Frente ao exemplar da Casa Agrícola José Albino Fernandes (nº223, 312Kg), mostrou bons modos e recursos, tanto com o Capote como com as Bandarilhas. Com a Muleta lidou por ambos os lados, apresentando apontamentos e passes de interesse. O novilho, apesar de por vezes mostrar pouca força e de derrotar na flanela vermelha, entregou-se ao que lhe foi sendo pedido. Já diante do segundo do seu lote (RB, nº39, 386Kg) andou mais esforçado, procurando agradar a assistência. Recebe o novilho com uma Larga de joelhos, para depois desenhar Verónicas, Chicuelinas e Caleserinas. Após três bons pares de Bandarilhas, iniciou a lide nos médios apresentando novamente qualidades de temple e quietude, por ambos os lados. Pela frente tinha um exemplar que saía solto da Muleta vindo, no entanto, a melhorar ao longo da lide. Pecou, por vezes, pelo menor acerto na escolha dos terrenos e das distâncias o que, ainda assim, não ofuscou as qualidades que revela ter.

O Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense pegou a solo, aproveitando para dar um grande sinal de vitalidade e renovação. Aposta clara em jovens Forcados da cara que se estrearam a pegar, envergando a jaqueta do “grupo sénior”. Quatro pegas ao primeiro intento, todas bem consumadas, a transmitir emoção e com ajudas bem coesas por parte do grupo. Foram “solistas” João Bettencourt, Tomás Costa, Eduardo Rico e Edson Monteiro que, com muito poder e técnica, demostraram a vitalidade da forcadagem nesta “Terra dos Bravos”.

Espectáculo dirigido, sem dificuldade, pelo novel Director de Corrida Leandro Pires, sendo assessorado pelo médico veterinário José Paulo Lima. Abrilhantou, com boa(s) nota(s), a Banda da Sociedade Musical e Recreio da Terra-Chã.

Bruno Bettencourt

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