Abriu praça o Cavaleiro Tiago
Pamplona diante de um exemplar (nº22, 395Kg) da Ganadaria Ribeiro da Silva
(procedência Fernando Palha), que marcou a estreia da divisa vermelho e amarela
em eventos formais. Um toiro vistoso e em tipo, dentro do encaste. Investia
a meia altura e, apesar de se ir parando nos tércios, deu boa réplica sem
comprometer. O Cavaleiro do Posto Santo esteve correcto. Foi entendendo o que o
oponente pedia, mexeu-lhe os terrenos, com bregas acertadas, executando as sortes em zonas de compromisso. Destaque para o ferro curto com que encerrou a lide. O
segundo do seu lote era de João Gaspar (nº29, 377Kg), um novilho bem
apresentado e que se entregou à contenda, apesar de se adiantar ao cavalo. Tiago esteve superior perante um exemplar que
pedia ligação. Bregas cingidas, ligando-se ao oponente
de forma eficaz, e sortes a esperar e a consentir as investidas, fizeram com que
chegasse às bancadas, com agrado.
João Pamplona era o outro nome anunciado
para a lide equestre. O bonito toiro de Herdeiros de Ezequiel Rodrigues (nº452,
317Kg) saiu com muita pata e trazia as características do encaste Norberto
Pedroso bem evidentes. Deu boa conta de si, indo à luta com codícia, ainda que
atravessando a cabeça nas reuniões. O Marialva da Quinta do Malhinha esteve diligente
na escolha dos terrenos, ajustando as velocidades ao longo da lide. A destacar
o segundo ferro curto, encurtando terrenos na sua preparação e cravando de
forma correcta. O exemplar de Rego Botelho (nº53, 432Kg) que lhe coube em sorte,
era bem delineado, apesar de cubeto. Um bom exemplar, a dar bom jogo e a
transmitir. João iniciou a lide com um ferro “à porta gaiola” e foi palmilhando
patamares ao longo da mesma, mostrando o seu valor. Andando sempre ligado ao oponente, foi corrigindo
a mão, terminando com um ferro de boa nota.
A lide apeada esteve a cargo do
Novilheiro Gonçalo Alves. Frente ao exemplar da Casa Agrícola José Albino
Fernandes (nº223, 312Kg), mostrou bons modos e recursos, tanto com o Capote como
com as Bandarilhas. Com a Muleta lidou por ambos os lados, apresentando
apontamentos e passes de interesse. O novilho, apesar de por vezes mostrar
pouca força e de derrotar na flanela vermelha, entregou-se ao que lhe foi sendo
pedido. Já diante do segundo do seu lote (RB, nº39, 386Kg) andou mais
esforçado, procurando agradar a assistência. Recebe o novilho com uma Larga de
joelhos, para depois desenhar Verónicas, Chicuelinas e Caleserinas. Após três
bons pares de Bandarilhas, iniciou a lide nos médios apresentando novamente
qualidades de temple e quietude, por ambos os lados. Pela frente tinha um exemplar
que saía solto da Muleta vindo, no entanto, a melhorar ao longo da lide. Pecou,
por vezes, pelo menor acerto na escolha dos terrenos e das distâncias o que, ainda assim, não ofuscou as qualidades que revela ter.
O Grupo de Forcados Amadores da
Tertúlia Tauromáquica Terceirense pegou a solo, aproveitando para dar um grande
sinal de vitalidade e renovação. Aposta clara em jovens Forcados da cara que se
estrearam a pegar, envergando a jaqueta do “grupo sénior”. Quatro pegas ao
primeiro intento, todas bem consumadas, a transmitir emoção e com ajudas bem
coesas por parte do grupo. Foram “solistas” João Bettencourt, Tomás Costa,
Eduardo Rico e Edson Monteiro que, com muito poder e técnica, demostraram a
vitalidade da forcadagem nesta “Terra dos Bravos”.
Espectáculo dirigido, sem
dificuldade, pelo novel Director de Corrida Leandro Pires, sendo assessorado
pelo médico veterinário José Paulo Lima. Abrilhantou, com boa(s) nota(s), a
Banda da Sociedade Musical e Recreio da Terra-Chã.
Bruno Bettencourt
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