A Monumental Ilha Terceira, Angra do Heroísmo, acolheu a “Corrida do Emigrante” no dia 21 de Julho. O empresário João Duarte apresentou cartel de luxo ao qual correspondeu a afluência de público – praça forrada até às bandeiras. Esta, que poderia ser legendada de Corrida dos Triunfadores, contava com António Ribeiro Telles, triunfador de muitas tardes na ilha maior da tauromaquia açoriana e Rui Salvador, cavaleiro com mais triunfos arrecadados na Feira de São João. Na lide apeada, o regresso do Maestro Vítor Mendes, matador que goza de grande popularidade entre a aficion terceirense e que, há precisamente 20 anos, fez com que se abrisse pela primeira vez a Porta Grande da Praça de Angra do Heroísmo. No cartaz estavam anunciados 6 toiros, 4 de David Ribeiro Telles e 2 de Nuno Casquinha, para serem pegados pelos Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e por uma Selecção de Forcados da Califórnia.
António Telles recebeu o nº30 490kg, da ganadaria de sua casa, com um bom ferro comprido. Após cravagem de mais dois compridos de forma algo mediana, inicia a cravagem curta nos tércios consentindo toque na montada após a cravagem do primeiro. A lide desenrolou-se de forma regular, assistindo-se a uma demonstração do classicismo característico do cavaleiro da Torrinha. No entanto, frente a este oponente que apesar de demonstrar alguma distracção, cumpriu, o desempenho do marialva não esteve de acordo com o valor que lhe é reconhecido. Na cara, Jorge Ortins do Grupo da Tertúlia Tauromáquica Terceirense. O forcado esteve enorme, fecha-se bem e com valentia e querer sofre dois derrotes por alto, é levado ao chão e aguenta-se sempre na cabeça do hastado, até que todo o grupo se fecha para consumar este grande intento, uma das pegas da noite.
Com a saída do segundo toiro da noite inicia-se uma onda de protestos. Apesar de estarem anunciadas duas ganadarias continentais, surge pela porta dos curros o exemplar nº205 445kg da casa terceirense de Herdeiros de Ezequiel Rodrigues. Ao que se apurou, a inclusão de dois exemplares desta ganadaria açoriana, esteve relacionada com a falta de peso apresentada por exemplares da anunciada ganadaria Telles. Se protestos se ouviram por tal facto, mais descontentamento surgiu das bancadas, mercê da fraca apresentação do produto da divisa verde e branca. Rui Salvador recebe este seu oponente com um ferro comprido de boa nota. Após passagem em falso, inicia uma boa série de ferros curtos. Nota de realce para a terceira farpa, cravagem ao estribo de alto a baixo. Uma vez mais se assistiu a uma lide regular, sem no entanto transparecer a maestria do cavaleiro de Tomar, talvez fruto das montadas utilizadas. Este toiro que até cumpriu foi pegado pela selecção de Forcados da Califórnia. Após uma primeira tentativa em que foi flagrante a falta de entrega e entendimento do grupo aquando das ajudas, o forcado da cara fecha-se à 2ª, numa rija pega.
Vítor Mendes recebe o nº174 455kg, da ganadaria de Nuno Casquinha (NC), com uma série de Verónicas bem desenhadas, recriando-se de seguida com algumas Chicuelinas. Ainda de capote nas mãos, faz soar alguns “olés” através da execução de uma série de Navarras. No segundo tércio, cumpriu. Após meio par cravado, crava três bandarilhas de uma só vez, aproveitando aquela que a havia caído por terra. Finaliza com um bom par após passagem em falso. Com a muleta, recorre quase sempre à mão direita, desenhando Derechazos com algum temple. Adorna-se com Molinetes para depois voltar novamente às passagens pela direita. Por uma vez é desarmado pelo seu oponente. Recorre ainda à mão esquerda, sem no entanto conseguir Naturais de bom recorte. Frente a este bom exemplar, o diestro de Marinhais mostrou que tem arte, conhece bem a aficion da terra, mas que lhe falta frescura e alguma fluidez.
A segunda parte inicia com a lide de António Telles ao nº204 400kg de Herdeiros de Ezequiel Rodrigues. Diante um toiro que se mostrou desligado, chegando a roçar a mansidão, o cavaleiro procura a lide apropriada, sem no entanto conseguir, de forma clara, vencer as dificuldades. Crava dois bons ferros compridos e procura andar sempre na cara do toiro, interessando-o e procurando colocá-lo nos terrenos mais apropriados. Dos 5 curtos cravados, muitas vezes antecedidos de diversas passagens em falso, nota de realce para a colocação do toiro e cravagem do seu segundo ferro curto. O equitador da Torrinha, esteve igual a si próprio nas bregas, corrige-se em relação ao primeiro toiro, deixando no entanto que a sua prestação se mantivesse num nível regular. Décio Dias dos Amadores Terceirenses, fecha-se muito bem à barbela sendo levado de praça a praça consumando mais uma grande pega, naquela que seria a noite da forcadagem.
Rui Salvador esteve melhor neste seu segundo toiro, quinto da noite. Aproveitando a prontidão de investida do adversário, o arquitecto-toureiro crava dois bons ferros compridos, abrindo assim caminho para a boa série de ferros curtos com que enfeitou o morrilho do n º 28 440kg de David Ribeiro Telles, completando uma boa lide. Passa em falso e crava o primeiro curto. Deixa um segundo ferro ao qual se segue uma terceira cravagem, a sesgo, de boa nota, apesar do toque na montada, consentido aquando da saída da sorte. Finaliza a lide com mais um bom ferro curto. Após o toque do cornetim, salta para a arena o Grupo da Califórnia. Para a cara o forcado Frank Gonzales. O forcado fecha-se à barbela com grande valentia, para nunca mais a largar. É levado pelo toiro e mediante aparente apatia dos companheiros, atravessa a praça, entra pelo grupo e quando o toiro se prepara para o transportar para o outro lado da arena, eis que todo o grupo se fecha, consumando assim uma grande pega.
O sexto da noite, nº175 ferro NC, bonito exemplar colorau, é recebido com Chicuelinas pelo capote de Vítor Mendes. No segundo tércio, o matador crava dois bons pares, falhando a cravagem do terceiro. Diante um toiro que se entregava à lide, desenha com a muleta, séries pela direita sendo desarmado uma vez mais. Recorre à mão esquerda e aproveitando aquele que era o melhor piton do adversário, desenha Naturais com alguma profundidade e temple. Volta à mão direita, e já nos médios, desenha novamente uma série de Derechazos que pelo seu recorte demonstram arte e conhecimento. O público despende aplausos ao maestro, demonstrando o carinho que os aficionados terceirense nutrem pelo matador que já havia se despedido do redondel angrense.
No final da corrida é anunciado um toiro extra para ser lidado a duo pelos cavaleiros. Desta lide fica o claro à-vontade do cavaleiro da Torrinha neste tipo de função. Valeu este extra pela pega do jovem José Vicente da Tertúlia Terceirense. Fecha-se à primeira, aguenta violento derrote e consuma mais um dos grandes momentos da noite. Aquando dos agradecimentos, fica a nota negativa pelo facto de, sem aparente razão, terem sido chamados todos os intervenientes à arena para uma suposta volta, que por pouco encobria o feito do forcado da cara.
Desta corrida, que acabou por se revelar morna, ficam as pegas e o desempenho da forcadagem. Na lide equestre os intervenientes estiveram aquém do valor que lhes é reconhecido. Na lide apeada, Vítor Mendes foi exemplo de que não basta ter conhecimento e arte. Reparo para a falta de esclarecimento por parte da organização, em relação à substituição dos toiros e inclusão de outra ganadaria. Nota final para a má forma de fardar do grupo que se deslocou dos Estados Unidos da América. Para ser um grupo de forcados não basta ir à cara dos toiros. Há que ser um grupo na sua verdadeira acepção, ter conhecimento e fardar de forma correcta. Há aspectos que não se compreendem em corridas com o nível que a esta estava atribuído.
A corrida foi dirigida sem problemas por José Carlos Valadão, assessorado pelo Dr. Vielmino Ventura.
António Telles recebeu o nº30 490kg, da ganadaria de sua casa, com um bom ferro comprido. Após cravagem de mais dois compridos de forma algo mediana, inicia a cravagem curta nos tércios consentindo toque na montada após a cravagem do primeiro. A lide desenrolou-se de forma regular, assistindo-se a uma demonstração do classicismo característico do cavaleiro da Torrinha. No entanto, frente a este oponente que apesar de demonstrar alguma distracção, cumpriu, o desempenho do marialva não esteve de acordo com o valor que lhe é reconhecido. Na cara, Jorge Ortins do Grupo da Tertúlia Tauromáquica Terceirense. O forcado esteve enorme, fecha-se bem e com valentia e querer sofre dois derrotes por alto, é levado ao chão e aguenta-se sempre na cabeça do hastado, até que todo o grupo se fecha para consumar este grande intento, uma das pegas da noite.
Com a saída do segundo toiro da noite inicia-se uma onda de protestos. Apesar de estarem anunciadas duas ganadarias continentais, surge pela porta dos curros o exemplar nº205 445kg da casa terceirense de Herdeiros de Ezequiel Rodrigues. Ao que se apurou, a inclusão de dois exemplares desta ganadaria açoriana, esteve relacionada com a falta de peso apresentada por exemplares da anunciada ganadaria Telles. Se protestos se ouviram por tal facto, mais descontentamento surgiu das bancadas, mercê da fraca apresentação do produto da divisa verde e branca. Rui Salvador recebe este seu oponente com um ferro comprido de boa nota. Após passagem em falso, inicia uma boa série de ferros curtos. Nota de realce para a terceira farpa, cravagem ao estribo de alto a baixo. Uma vez mais se assistiu a uma lide regular, sem no entanto transparecer a maestria do cavaleiro de Tomar, talvez fruto das montadas utilizadas. Este toiro que até cumpriu foi pegado pela selecção de Forcados da Califórnia. Após uma primeira tentativa em que foi flagrante a falta de entrega e entendimento do grupo aquando das ajudas, o forcado da cara fecha-se à 2ª, numa rija pega.
Vítor Mendes recebe o nº174 455kg, da ganadaria de Nuno Casquinha (NC), com uma série de Verónicas bem desenhadas, recriando-se de seguida com algumas Chicuelinas. Ainda de capote nas mãos, faz soar alguns “olés” através da execução de uma série de Navarras. No segundo tércio, cumpriu. Após meio par cravado, crava três bandarilhas de uma só vez, aproveitando aquela que a havia caído por terra. Finaliza com um bom par após passagem em falso. Com a muleta, recorre quase sempre à mão direita, desenhando Derechazos com algum temple. Adorna-se com Molinetes para depois voltar novamente às passagens pela direita. Por uma vez é desarmado pelo seu oponente. Recorre ainda à mão esquerda, sem no entanto conseguir Naturais de bom recorte. Frente a este bom exemplar, o diestro de Marinhais mostrou que tem arte, conhece bem a aficion da terra, mas que lhe falta frescura e alguma fluidez.
A segunda parte inicia com a lide de António Telles ao nº204 400kg de Herdeiros de Ezequiel Rodrigues. Diante um toiro que se mostrou desligado, chegando a roçar a mansidão, o cavaleiro procura a lide apropriada, sem no entanto conseguir, de forma clara, vencer as dificuldades. Crava dois bons ferros compridos e procura andar sempre na cara do toiro, interessando-o e procurando colocá-lo nos terrenos mais apropriados. Dos 5 curtos cravados, muitas vezes antecedidos de diversas passagens em falso, nota de realce para a colocação do toiro e cravagem do seu segundo ferro curto. O equitador da Torrinha, esteve igual a si próprio nas bregas, corrige-se em relação ao primeiro toiro, deixando no entanto que a sua prestação se mantivesse num nível regular. Décio Dias dos Amadores Terceirenses, fecha-se muito bem à barbela sendo levado de praça a praça consumando mais uma grande pega, naquela que seria a noite da forcadagem.
Rui Salvador esteve melhor neste seu segundo toiro, quinto da noite. Aproveitando a prontidão de investida do adversário, o arquitecto-toureiro crava dois bons ferros compridos, abrindo assim caminho para a boa série de ferros curtos com que enfeitou o morrilho do n º 28 440kg de David Ribeiro Telles, completando uma boa lide. Passa em falso e crava o primeiro curto. Deixa um segundo ferro ao qual se segue uma terceira cravagem, a sesgo, de boa nota, apesar do toque na montada, consentido aquando da saída da sorte. Finaliza a lide com mais um bom ferro curto. Após o toque do cornetim, salta para a arena o Grupo da Califórnia. Para a cara o forcado Frank Gonzales. O forcado fecha-se à barbela com grande valentia, para nunca mais a largar. É levado pelo toiro e mediante aparente apatia dos companheiros, atravessa a praça, entra pelo grupo e quando o toiro se prepara para o transportar para o outro lado da arena, eis que todo o grupo se fecha, consumando assim uma grande pega.
O sexto da noite, nº175 ferro NC, bonito exemplar colorau, é recebido com Chicuelinas pelo capote de Vítor Mendes. No segundo tércio, o matador crava dois bons pares, falhando a cravagem do terceiro. Diante um toiro que se entregava à lide, desenha com a muleta, séries pela direita sendo desarmado uma vez mais. Recorre à mão esquerda e aproveitando aquele que era o melhor piton do adversário, desenha Naturais com alguma profundidade e temple. Volta à mão direita, e já nos médios, desenha novamente uma série de Derechazos que pelo seu recorte demonstram arte e conhecimento. O público despende aplausos ao maestro, demonstrando o carinho que os aficionados terceirense nutrem pelo matador que já havia se despedido do redondel angrense.
No final da corrida é anunciado um toiro extra para ser lidado a duo pelos cavaleiros. Desta lide fica o claro à-vontade do cavaleiro da Torrinha neste tipo de função. Valeu este extra pela pega do jovem José Vicente da Tertúlia Terceirense. Fecha-se à primeira, aguenta violento derrote e consuma mais um dos grandes momentos da noite. Aquando dos agradecimentos, fica a nota negativa pelo facto de, sem aparente razão, terem sido chamados todos os intervenientes à arena para uma suposta volta, que por pouco encobria o feito do forcado da cara.
Desta corrida, que acabou por se revelar morna, ficam as pegas e o desempenho da forcadagem. Na lide equestre os intervenientes estiveram aquém do valor que lhes é reconhecido. Na lide apeada, Vítor Mendes foi exemplo de que não basta ter conhecimento e arte. Reparo para a falta de esclarecimento por parte da organização, em relação à substituição dos toiros e inclusão de outra ganadaria. Nota final para a má forma de fardar do grupo que se deslocou dos Estados Unidos da América. Para ser um grupo de forcados não basta ir à cara dos toiros. Há que ser um grupo na sua verdadeira acepção, ter conhecimento e fardar de forma correcta. Há aspectos que não se compreendem em corridas com o nível que a esta estava atribuído.
A corrida foi dirigida sem problemas por José Carlos Valadão, assessorado pelo Dr. Vielmino Ventura.
Bruno Bettencourt
0 comentários (Dê a sua opinião):
Enviar um comentário