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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Festival Luis Fagundes

O “Festival Luís Fagundes” organizado pelo Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande (GFARG) inaugurou a temporada taurina nos Açores, ontem dia 24 de Abril, evento testemunhado pelos ¾ de assistência, registados nas bancadas da Monumental “Ilha Terceira”. Em cartaz estavam os cavaleiros Gilberto Filipe, Tiago Pamplona, Rui Lopes (praticante) e o amador João Pamplona (filho), para as lides de produtos das ganadarias terceirenses de Rego Botelho (RB), Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF), Ezequiel Rodrigues (ER), João Cardoso Gaspar (JG), Francisco Sousa (FS) e Duarte Pires (DP). Pegas a cargo do grupo organizador.
O relógio assinalou 19h30 e fez-se ouvir o toque de clarim para o início das cortesias que foram antecedidas de um momento de silêncio durante o qual o GFARG prestou sentida homenagem a Luís Fagundes, falecido elemento do grupo.
Gilberto Filipe lidou o primeiro da ordem, nº 70 JG, com entendimento. Diante de um oponente distraído e de investida pouco clara, procurou andar ligado com o toiro. Após algumas passagens em falso na cravagem dos compridos, trocou para a égua “Lentilha” com a qual cravou 4 bons ferros curtos numa lide, que apesar das dificuldades impostas pela rês de ferro JG, foi regular. O segundo do seu lote trazia o nº212 no costado e vinha das pastagens de JAF, o melhor da noite. Apesar de não mostrar sinais claros de bravura proporcionou um muito bom jogo na arena, mantendo o ritmo de investida até ao fim da lide. O de Alcochete suplantou a sua primeira saída à arena, andando com o toiro e conseguindo chegar às bancadas com a cravagem dos ferros curtos. Destaque para o seu 3º ferro em que consente a investida e crava ao estribo.
O nº83 de DP, 2º da noite, saiu da porta dos chiqueiros para ser lidado por Tiago Pamplona. O cavaleiro iniciou a lide com dois ferros compridos algo traseiros, mercê da investida pouco franca do toiro. Na segunda parte da lide, o marialva mostrou entendimento perante este adversário que veio de menos a mais durante a função. Completou uma boa faena com 3 boas cravagens. Para o cavaleiro da Quinta do Malhinha estava reservado ainda o 5º da noite, nº74 RB. O toiro que se mostrou voluntarioso a princípio, foi perdendo qualidades ao longo da lide. Pamplona mexeu com o animal, entendeu-se com a montada e construiu uma boa prestação que palmo a palmo foi arrancando aquilo que de bom havia no hastado. Destaque para o bom ferro, de alto a baixo, ao estribo com que encerrou a lide.
O praticante Rui Lopes lidou o exemplar nº42 de FS, gravito e desprovido de nobreza. Lopes não entendeu bem o opositor e permitiu repetidos toques na montada. Tentou pôr em prática uma forma de lidar claramente influenciada pelos ensinamentos que tem adquirido no seio da família Moura, mas que não se adequou a este toiro que, embora saindo das sortes sem se fixar, mostrou-se intempestivo na investida. Ficam os 4 ferros curtos bem cravados. No seu segundo toiro, ER nº 210, Rui Lopes esteve diferente. Mais pragmático e sereno, aproveitou as boas condições do produto da divisa verde e branca para desenhar uma lide mais pensada em que se observaram bons momentos de toureio. O toiro, que viria a diminuir andamento de forma clara, viu-se enfeitado com um 4º ferro curto de bom nível.
Para o final da noite estava reservada a lide que mais agitou os sectores do redondel angrense. João Pamplona (filho) recebeu o novilho nº88 de DP com a garra toureira que lhe é característica. Perante um adversário que procurava tábuas na primeira parte da lide, o benjamim da família Pamplona procurou-o e plantou bravura onde ela não existia. Após dois ferros curtos de grande nível, voltou a trocar de montada para encerrar com mais uma dupla de ferros muito bem postos. Com uma lide alegre e ritmada, agarrou definitivamente a maior ovação da noite. Um bom ensaio para a prova de praticante que se avizinha.
Tarefa difícil teve o GFARG. Frente a oponentes de investida pouco clara, muitas foram as tentativas necessárias e os percalços. O primeiro a saltar à arena foi o cabo Filipe Pires que após 3 tentativas viria a sair de maca. Para o dobrar esteve César Pires, que numa pega mais sesgada se fechou à barbela de forma poderosa. Manuel Pires fechou-se à 3ª tentativa na cara do segundo da noite. Frente a um toiro que ensarilhava fortemente, fechou-se à barbela e aí se manteve apesar de ter sido levado para fora do grupo. Destaque aqui, igualmente, para o eficiente trabalho prestado pelo 1º ajuda. André Parreira pegou o primeiro toiro, do lote de Rui Lopes, fechando-se com valentia à 3ª. Hugo Neves fechou-se bem à 2ª tentativa. Bruno Anjos quebrou o enguiço da noite e pegou à 1ª o exemplar de RB fechando-se à córnea com alguma dificuldade. Na cara do 6º da noite esteve Nuno Pires que realizou uma boa pega à 2º tentativa. A fechar, Valter Silva realizou uma grande pega à barbela.
Comentário final para a boa apresentação da generalidade dos animais. No entanto, apesar de algumas ganadarias presentes apenas se apresentarem em praça por ocasião deste género de festivais, fica a nota negativa para o défice de nobreza e bravura presenciados, notando-se claramente quais os efectivos mais trabalhados. Ficou demonstrado que os conceitos de bravura são diferentes e que as características necessárias para a Tourada à Corda não são as mesmas para uma Corrida/Festival.
Nota ainda para a violenta colhida do bandarilheiro Rogério Silva, da quadrilha de Tiago Pamplona, aquando da recolha do exemplar nº83 DP.
A dirigir, sem dificuldades, esteve Carlos João Ávila assessorado pelo Dr. Vielmino Ventura.

Bruno Bettencourt

9 comentários (Dê a sua opinião):

criticos, entendidos e afins...há toiros piores do que esses; há toiros maiores, alias, bem maiores do que esses; há toiros mais pesados do que esses, há toiros mais velhos do que esses e há toiros a fazer mal coisa que esses não fizeram. Parem de nos atirar com areia para os olhos e tenham respeito por quem paga o bilhete.

Pois é meus amigos...a culpa foi dos toiros...e o grupo que nunca de entendeu na cara dos toiros...
Para pegar toiros há quatro coisas essenciais para o fazer:
1-Citar
2-Mandar
3-Recuar/tourear
4-Fechar-se

Sem isto é mt dificil pegar toiros e foi o que o GFARG nunca conseguiu fazer este festival...enfim são novos, tão a começar, mas o básico tem que ser assimilhado.
Para as Sanjoaninas há mais...mas com mais peso, mais trapio, mais idade...vamos lá ver, vamos lá ver...

olé...

O que verdadeiramente é preciso para pegar toiros é coragem e valentia! E isso caros amigos, os rapazes do Ramo Grande já deram provas de ter. O início é difícil em qualquer arte e ofício. Não há quem nasça com toda a técnica e toda a escola.
Os comentários menos bons que por aqui e por ali vemos, nada mais me parecem que o reflexo de um incómodo evidente.

Força GFARG!

Opahh!!Sim Senhor!!!Temos aqui dois comentarios muito justos.Nao acham??Estes dois senhores nao tiveram no mesmo festival do que eu de certeza.Nao se tao a lembrar dos famosos festivais do grupo da tertulia em que as pegas sao todas a primeira tentaiva!Sim,o GFARG tem ainda um caminho duro e longo pela frente para chegar ao nivel dos grandes grupos do nosso pais.Disso ninguem duvida!Mas quando eles saltam para a praça vejo muita coisa boa...união,camaradagem,amizade...Algo que nao vejo por exemplo no nosso outro grupo da terra.Os rapazes tao no bom caminho,ao contrario do grupo da tertulia!!!

Um grupo de amigos que por acaso pegam toiros!!!

GOSTO DE QUEM DIZ QUE AS COISAS SAO DIFICEIS E REALMENTE SAO MAS COMO TUDO NA VIDA LEVA O SEU TEMPO A SER APURADO MAS QUEM SE LEMBRA TALVEZ AMIGOS ANTIGOS DA TERTULIA TERCEIRENSE SE LEMBREM E AQUI PONHO UMA QUESTAO MUITO EVIDENTE!
COMO SERIA O GRUPO DE FORCADOS AMADORES DA TERTULIA TAUROMÁQUICA TERCEIRENCE Á NASCENÇA?
AQUI DIGO QUE O G.F.A.R.G DESDE A SUA APRESENTAÇÃO ENCONTRAÇE 50% ACIMA DOS DA TERTULIA Á NASCENÇA VÁ PESSOAL DO GRANDE RAMO QUE TEM MOSTRADO GARRA E VALENTIA E ACIMA DE TUDO UM GANDE ESPIRITO DE AMIZADE. FORÇA E PAS SANJOANINAS LA ESTAREI A VER E APOIAR QUEM MERECE....

Muita coisa se tem dito e escrito em relação ao GFARG e ao GFATTT.
Já pensaram que estes comentários (de anónimos, de entendidos, de bancada, e até de aficionados) apenas servem para alimentar uma rivalidade entre grupos que não tem razões para o ser...
O Grupo de Forcados da TTT tem 35 anos de história, centenas de toiros pegados, muitas gerações de forcados que sempre honraram a jaqueta que vestiram e asseguraram a continuidade do grupo.
O GFARG nasceu em 2007, está em fase de aprendizagem e a tentar conquistar o seu espaço no mundo sempre dificil da tauromaquia.
Deixem o pessoal trabalhar e o tempo ser o seu melhor juiz...
Boa sorte para todos com grandes pegas... mas de preferência dentro da arena.

Olé...
Ricardo Costa

A ilha Terceira conta com dois grupos de forcados desde o mês de Agosto de 2007. Este facto veio contribuir para o crescimento da Festa nos Açores, através do consequente aumento do número de intervenientes directos na mesma.
O Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT), fundado a 24 de Junho de 1973, conta com um palmarés de grande nível, mercê do valoroso trabalho de todos aqueles que, ao longo dos anos, vestiram a jaqueta do Grupo. No seu historial, além da presença nas feiras açorianas, conta ainda com inúmeras participações no continente português e na Califórnia. Apesar da insularidade, o GFATTT é um grupo com créditos firmados no panorama taurino nacional, sendo um dos nomes de referência da Tauromaquia das ilhas.
O Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande (GFARG) apresentou-se ao público no dia 7 de Agosto de 2007. Aquando da sua apresentação à aficion terceirense, o Grupo deixou uma boa imagem perante todos aqueles que se encontravam na Monumental “Ilha Terceira”. Procurando o seu lugar no mundo taurino, o GFARG terá na Feira de São João de 2008 uma etapa marcante no seu processo de crescimento e amadurecimento.
Cabe agora aos aficionados terceirenses o apoio a ambos os Grupos. Não faz sentido que se procure fomentar uma disputa entre os dois Grupos de forcados existentes nos Açores. Esses esforços devem ser dirigidos para que cada vez mais pessoas se unam em torno da Festa e não o contrário. Deixem que apenas haja disputa dentro da arena!

Serve este apontamento para me demarcar de alguns dos comentários à crónica do Festival Luís Fagundes, aqui publicada. O debate de ideias é saudável e necessário, desde que não se roce os limites do insulto.
A partir de hoje, dia 19 de Maio, apenas serão aceites comentários cujo autor se identifique devidamente.

Bruno Bettencourt

Há uma frase muito utilizada no meio da FORCADAGEM ( mesmo sem manifestações publicas de amizade, afecto e carinho), ... "...o toiro é que mete as coisas no seu lugar..." Má nada.

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