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sábado, 22 de maio de 2010

Noite fria e com pouca arte…

Publicado a 22 de Maio de 2010

A fraca afluência às bancadas da Monumental “Ilha Terceira” acabaram por ser o prenúncio do nível das lides a que se assistiu no decorrer do III Festival Luís Fagundes. Novilhos de Herdeiros de Ezequiel Rodrigues (ER) e Rego Botelho (RB), a cavalo Tiago Pamplona, Alexandre Gomes e Marcelo Mendes. Pegas a cargo do grupo organizador, os Forcados Amadores do Ramo Grande.

Tiago Pamplona abriu praça com um ferro comprido colocado no nº243 de ER. Frente a um novilho pequenote que cumpria o que lhe ia sendo pedido, o cavaleiro desenvolveu uma lide bastante pálida. Cravou 4 ferros curtos após troca de montada. Revelou, em certos momentos, algum desacerto com a montada acabando por mostrar mais preocupação em mostrar laivos de galope a duas pistas em vez de procurar cravagens com o novilho em “su sitio”. Exige-se mais de um cavaleiro de alternativa.
Com o segundo do seu lote, o cavaleiro da Quinta do Malhinha andou mais toureiro. Aproveitou as boas condições do nº29 RB e desenha uma lide agradável. Após dois bons ferros compridos, prossegue com a cravagem curta, pecando apenas com a cravagem traseira da segunda bandarilha. Encerra a lide com dois ferros de palmo de boa nota, chegando assim, finalmente, às bancadas.

Alexandre Gomes debutou na arena de Angra do Heroísmo perante o nº250 de ER. Iniciou a lide com nervosismo e com duas cravagens defeituosas que viria a corrigir no 3º ferro comprido. O novilho foi-se revelando tardio na investida e o cavaleiro foi mostrando alguma dificuldade na escolha de terrenos. Na cravagem curta foi-se corrigindo numa lide que, apesar de ir crescendo, nunca chegou a romper. Destaque para a 3ª cravagem curta.
O nº 45 de RB saiu de forma intempestiva indo embater de forma violenta na coxa da montada, perante uma aparente passividade do cavaleiro do Montijo. Após a cravagem comprida, efectua uma troca de cavalo que se revelaria desacertada. Foi por demais evidente a falta de acerto no binómio cavaleiro-cavalo. A montada pura e simplesmente fugia da reunião a meio da viagem. Nova troca e frente ao novilho, que foi perdendo gás ao longo da lide, desenvolveu uma lide que foi procurando crescer, mas sem sair do patamar do razoável.

Marcelo Mendes regressou à Terceira depois do triunfo conquistado na anterior edição do festival. Tal como os outros irmãos de camada, o nº249 ER vinha pequenote e parco de forças, no entanto não complicou. O cavaleiro procurou andar sempre ligado com o novilho deixando 2 bons ferros compridos. Na cravagem curta andou irregular, no entanto aproveitou o facto de ter caído em graça na assistência e, com o “Útil”, opta pela encenação em detrimento do que realmente interessa no toureio equestre. Como é hábito dizer-se “quem paga bilhete é que tem razão”, no entanto é pena quando a maioria dos pagantes parece ter prazer em ser iludida. Perde a Festa e a Arte do Toureio Equestre…
Frente ao nº369 RB, o de Torres Vedras foi obrigado a lidar de forma mais laboriosa, uma vez que o novilho vinha a pedir contas. Os 3 ferros compridos foram cravados de forma desacertada, mercê de quarteios mal medidos. Na segunda parte da lide andou inconstante nas cravagens, alternando entre o bom e o mau. Nota positiva para o 4º ferro cravado, a fazer esquecer o ferro que tinha colocado no pescoço do oponente. Lide mais séria, apesar dos desacertos observados.

Os Forcados Amadores do Ramo Grande não tiveram dificuldades para pegar no seu Festival. Bruno Anjos (1ª tentativa) abriu a função com uma boa pega. Com a mesma nota Filipe Lemos (1ª tentativa) fechou-se na cara do segundo da noite. Seguiu-se a pega de Tiago Câmara (1ª tentativa) sem qualquer problema. Valter Silva fechou-se bem ao segundo intento na pega do quarto novilho da noite, enquanto Vitor Oliveira (1º tentativa) pegou o seu toiro com garra e vontade. A fechar a noite, Nuno Pires brindou ao filho do falecido Luís Fagundes e pega com bons modos o ultimo da noite.

A dirigir a corrida esteve José Valadão coadjuvado pelo Dr. Vielmino Ventura. Nota final para o facilitismo com que foi atribuída música ao longo das lides.

Bruno Bettencourt

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