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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Equitação regional no bom caminho...

Publicado a 17 de Fevereiro de 2011
...segundo Francisco Cancella de Abreu.


Quais foram as razões que o levaram a ministrar recentemente um estágio de equitação na ilha Terceira?
A minha vinda à Terceira surge na sequência de um convite dos senhores António Lopes e Roberto Brasil. Já conhecia os cavaleiros locais que participam em competições nacionais, os quais, aliás, estão no caminho certo e, como tal, bem orientados para continuar a subir nos rankings nacionais. É tudo uma questão de não deixarem de marcar presença nas grandes provas nacionais, embora reconheça que seja um cenário complexo, atendendo às inúmeras dificuldades que enfrentam e que vão desde os naufrágios à distância que separa a Região do continente.

Como deixou implícito, apesar das evidentes contrariedades, a equitação açoriana tem vindo a conquistar o seu espaço no contexto nacional. Qual é, digamos, o segredo de tamanho sucesso?
A equitação regional tem conhecido, na realidade, uma evolução notória, graças ao empenho dos praticantes e dirigentes. Porém, julgo que se torna fundamental que os cavaleiros açorianos consigam um nível de cavalos superior, atendendo a que, neste sentido, no continente se torna mais fácil evoluir. Para ser mais claro e objetivo, a questão neste momento não é a técnica dos cavaleiros locais mas sim a qualidade dos cavalos.
É óbvio que o aperfeiçoamento técnico dos cavaleiros deve ser uma preocupação constante, só que a simbiose atleta/cavalo é fundamental, pois, como se costuma dizer, ninguém é melhor que o cavalo que monta. O cavalo é o limitador, ou seja, se o nível do cavalo for fraco, o cavaleiro nunca poderá revelar uma performance superior em pista.

Acredita que os Açores reúnem condições para organizar provas nacionais e, quiçá, internacionais, que pudessem funcionar como verdadeiros focos de dinamização da modalidade?
Convenhamos que é um cenário que se afigura altamente complicado, levando em linha de conta os elevadíssimos custos que acarreta. Defendo que a aposta deve passar, acima de tudo, pela disputa do maior número possível de provas no contexto regional e a presença regular nos campeonatos nacionais. Se, porventura, a oportunidade surgir, devem tentar uma ou outra competição de índole internacional. Ainda assim, é um quadro que exigirá, com certeza, os devidos patrocínios. A solução passa, na minha perspetiva, por levar os cavaleiros aos grandes certames em vez de organizar concursos milionários, pois só se deslocaria aos Açores quem tivesse a viagem paga. Esta é a realidade vigente.

A equitação é um desporto caro e, neste âmbito, só acessível a algumas bolsas?
Pode ser um desporto caro praticada por amadores; ou um desporto rentável se concretizada por profissionais que ganham a vida desta forma. Se uma pessoa for obrigada a comprar tudo e não albergar condições em casa para ter o cavalo, será, de facto, uma modalidade dispendiosa. Agora, também pode ser tão barata como ter, por exemplo, um pastor alemão, desde que se possua um espaço com as condições necessárias para colocar o equídeo. É uma análise muito subjetiva.

Fonte: Diário Insular

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