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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Castaño em tons de ouro na última da Feira de S. João

Três quartos de praça assistiram à Corrida de Toiros que encerrou a Feira de S. João 2013. O cartel era composto por nomes de peso, de onde sobressaía Enrique Ponce, a quem se juntava Javier Castaño e Jimenez Fortes. O curro era de Rego Botelho.
Houvera sorte de varas (sorte que já existiu nos Açores e bastou uma assinatura para a fazer desaparecer. Por enquanto!) e teríamos toiros a ser lidados. Para já foram novilhos. Os exemplares vindos da Caldeira do Guilherme Moniz eram de comportamento desluzido. O primeiro e segundo da ordem foram lidáveis, sendo o quinto aquele que proporcionou melhores condições de lide. A corrida começou com o Paseillo a que se seguiu um minuto de silêncio em memória do recentemente falecido José Maria Cortes, cabo dos Amadores de Montemor.

Ponce esteve trabalhador na sua primeira faena. Foi-se confiando no decorrer da lide e soube contornar, de forma sábia, os problemas que o novilho tinha. A pouco e pouco foi-lhe tapando os defeitos e obrigou o oponente a investir e a prolongar essa mesma investida. Provou-o por ambos os lados e traçou passes com bastante temple e cada vez mais profundos, ainda que as séries resultassem com pouca ligação e ritmo. O segundo do seu lote apresentava ainda mais dificuldades. Novamente, o Matador valenciano procurou dar-lhe a volta mas a lide resultou mais apagada do que a anterior. Não conseguiu contornar as muitas dificuldades e falta de interesse do hastado.

Javier Castaño mostrou na Monumental “ilha Terceira” o porquê de, nesta temporada, trazer atrás de si um rasto de triunfo. Coube-lhe em sorte o lote mais capaz. O Matador ligou-se ao novilho e, numa lide de entrega e raça, enfrentou a brusquidão do oponente. Foi conseguindo moldar a investida do novilho saindo por cima deste. O segundo do seu lote trazia melhores condições. Recebeu-o de joelhos com uma vistosa Larga Cambiada em terrenos de dentro. Com a muleta bordou toureio pelo lado direito com Derechazos de muito nível. Apesar do pouco recorrido do novilho, o Matador de Salamanca foi-lhe ensinando a percorrer o trajecto da sua flanela vermelha. Mesmo quando parecia já não haver novilho, Castaño conseguia tirar um pouco mais. Uma lide de labor que chegou de forma sonora aos sectores da praça de toiros angrense. Estava encontrado o triunfador da tarde. Duas voltas para o Matador.

A Jimenez Fortes calhou a fava. Destaque para as Verónicas bem desenhadas e profundas com que recebeu ambos os novilhos do seu lote. E cingidas até ao limite foram as séries de Chiquelinas que se lhes seguiram. O malaguenho mostrou querer nesta presença na Feira de S. João. Procurou tirar todo o sumo a um primeiro novilho que parecia seco desde início. Com a muleta lidou a todo o perímetro da arena. Insistiu por ambos os lados, mas o seu oponente saia desligado virando a cara à luta. O último do seu lote não tinha condições de lide. Após um primeiro aviso, saltou a trincheira e depois de regressar à arena foi-se refugiando em tábuas. O Matador insistiu e foi colhido com uma voltareta sem consequências. A lide resultou sem história. De referir, pela negativa, a incompreensível volta à arena dada após esta segunda lide.

Uma nota final para os bons pares de bandarilhas cravados, em especial pelo terceirense João Pedro Silva e por David Adalid.

Conduziu o espectáculo Carlos João Ávila assessorado pelo Dr. José Paulo Lima.

Bruno Bettencourt

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