Os trabalhos
deste segundo dia iniciaram-se com uma conferência sobre os Valores Económicos
da Tauromaquia pelo professor Juan Medina, professor de teoria económica da
Universidade da Extremadura – Badajoz.
Sob o tema
“Os Valores Sociais da Festa dos Toiros”, os participantes escutaram,
seguidamente, intervenções de três entidades portugueses e de um espanhol,
Alejandro Pizarroso, catedrático da Faculdade de Ciências da Informação
Complutense de Madrid que, com o seu verbo fácil, prendeu a atenção do auditório
e que foi aliás o primeiro a usar da palavra. “ O que nos
reune aqui? É certo que vivemos este espectáculo como a mais belas das artes!
Mas isso é pouco. Não temos tido a capacidade para romper este círculo fechado.
Porém, se queremos sobreviver socialmente, necessitamos de avançar com
profissionalismo para entrar nos grandes areópagos que hoje comandam o mundo”.
Com efeito, se somos já hoje uma minoria, isso exige que façamos esforços
conjuntos para justificarmos a nossa permanência. “O primeiro
protagonista da festa é o toureiro, porque é o que cria arte. O segundo é o
toiro, produto do homem, posto ao seu serviço e que morre na arena por esta
causa. O terceiro é o público, que é quem paga. O quarto são os meios de
comunicação, que relatam os momentos e nos convidam a adivinhar o resto”. Controverso,
filósofo e pensador, deixou um traço sobre o tema, acrescentado com os oradores
seguintes.
Miguel Sousa
Tavares, advogado e escritor confessou-se bom aluno por estar neste forúm e
sobretudo pela oportunidade de estar neste território “bocado de lua caído no
meio do mar”. “Eu aceito
discutir sobre qualquer assunto, mas não aqueles que se põem num plano de
superioridade e que não pretendem trocar ideias, mas apenas vencer. Apesar da
minha ignorância, o que sei é que há muitos séculos que esta forma de
espectáculo inspiram os povos. A palavra proibir é a palavra mais perigosa do
dicionário”. Sousa
Tavares mostrou o lado do espectador não especialista, exaltou o fascínio da
corrida, mas sobretudo derramou o perfume do seu modo de escrever, lendo as
primeiras páginas do seu livro Rio das Flores, onde descreve as emoções
do protagonista do romance, ao ver a sua primeira corrida em Sevilha.
Hélder
Milheiro, licenciado em filosofia e membro da comissão executiva da Prótoiro,
abordou seguidamente este tema pelo angulo da perceção, realidade e comunicação
do valor social da festa. Recorrendo-se
aos resultados de uma sondagem efectuada em Portugal, 86% dos inquiridos são
contra a proibição da festa. 32% são aficionados; 20% são indiferentes e só 11%
são absolutamente contra. É necessário
criar, comunicar e gerir a marca tauromaquia às escalas nacionais, senão nos
meios generalistas, por oposição ao que é politicamente incorreto, então usando
os conteúdos de informação da net e da sua capacidade de difusão. Uma
abordagem moderna desta problemática poderá quebrar o ciclo de isolamento de
que nos queixamos.
O professor
Marco Gomes, do Agrupamento de Escolas de Alter do Chão, falou do projecto que
abraçou em comunhão com os alunos da sua escola, quando lhes perguntou daquilo
que eles gostavam. Como havia gosto pela tauromaquia, por estarem numa região
com raízes, criou-se um clube taurino da escola que tem proporcionado uma
escola de vida, através de visitas, palestras e outras actividades. Divulgar a
cultura taurina; incutir espirito de respeito; Fomentar o gosto pela actividade
em grupo; Valorizar o espirito de solidariedade; incentivar a leitura e a
escrita. Com estes
objectivos, em senso lato, a tauromaquia serve o valor social da festa e
sobretudo é uma semente que permite fazer, ou não, fazer novos e futuros
aficionados.
A sessão da
tarde deste segundo dia de trabalhos iciou-se com uma mesa redonda sobre os
valores da solidariedade na festa dos toiros, antigos forcados. E quem melhor
do que os forcados para falarem de solidariedade?
O moderador
Maurício Vale, introduziu o tema.
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