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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Os valores ecológicos e culturais da ganadaria brava

Os benefícios ecológicos da criação do toiro de lide, na Ilha Terceira e a evolução da bravura como valor cultural, foram profundamente dissecados na sessão que decorreu na parte da manhã do primeiro dia do III Fórum Mundial da Cultura taurina, que se celebra entre hoje e próximo domingo nos Açores.
No auditório da localidade de Praia da Vitória, vários especialistas locais, ligados aos ensino superior, insistiram em realçar a natureza peculiar destas ilhas, desertas há cinco séculos, onde o fenómeno da povoação humana foi um desafio com a introdução do toiro bravo, logo nos seus inícios.
 
Segundo Eduardo Dias, biólogo e professor da Universidade dos Açores, “a introdução do toiro bravo perturbou sensivelmente a paisagem dominante, mas alterou para melhor a flora desta ilha”. Também Paulo Henrique Silva, etnógrafo e director do SIARAM, falando sobre a vida natural dos Açores, assegurou que, desde há 500 anos que o toiro bravo defende zonas muito importantes da Terceira, uma das partes da Europa de maior riqueza médio ambiental.
O historiador Maduro Dias, retomou uma frase do orador anterior e reafirmou-se “como indígena desta ilha, que necessita de toiros para viver”, centrando esta afirmação na história da identificação dos terceirenses com as ganadarias de bravo e com a tauromaquia, tanto na sua vida diária, como no ritmo do trabalho e do lazer, o que faz com que quase todos se considerem “uns seres privilegiados”.
Finalmente, Pedro Correia, a propósito do seu trabalho de tese em Ciências Agrárias, dissertou sobre a sustentabilidade da criação do toiro bravo nos Açores, fazendo uma evolução histórica das ganadarias terceirenses e dos seus encastes.
 
Estas comunicações foram antecedidas de uma sessão solene de abertura dos trabalhos deste forúm, onde participaram Nuno Lopes, Director Regional da Cultura, em representação do Governo rRgional e também representantes da Câmaras de Angra do Heroismo e Praia da Vitória.
No discurso de abertura deste Forum, o presidente da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, Arlindo Teles, assegurou que esta organização mantem a mesma ambição de há cinco anos, isto é, ajudar a festa, pesem embora as actuais dificuldades politicas e sociais.
Para Teles, este III Forum sobre a defesa dos valores da tauromaquia, “mais que uma reinvidicação da nossa cultura é uma afirmação da nossa identidade”.
 
O biólogo espanhol Fernando Gil Cabrera fechou as jornadas desta manhã, abordando o tema dos Valores Culturais da Criação do Toiro e sua Evolução Fisiológica”.

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