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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Corrida agradável em dia de S. João

A tarde parecia ser o reflexo da noite anterior, a mais longa noite do ano nos Açores, a noite de São João em Angra do Heroísmo. O céu apresentava-se cansado e nublado. Temeu-se chuva, mas a Corrida à Portuguesa, que estava anunciada, acabou por decorrer em ambiente agradável. Luís Rouxinol, Vítor Ribeiro e Gilberto Filipe, Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT) e Amadores do Aposento da Moita (GFAAM). Um exemplar de Rego Botelho (RB) e cinco de Assunção Coimbra (AC) para serem lidados que, apesar do trapio, tinham uma média de pesos na ordem dos 414Kg. A abrilhantar a Portuguese Band of San Jose. As bancadas registaram ¾ de praça. 

Luís Rouxinol teve pela frente um exemplar (RB, nº8, 430Kg) que respondia bem ao cite e se empregava no momento da reunião. Ligou-se ao toiro e mexeu-lhe os terrenos, numa lide regular em que soube tirar partido da boa colaboração do oponente. Na cravagem comprida andou algo irregular, corrigindo depois na cravagem curta. Destaque para o terceiro ferro cravado ao estribo, a consentir a investida do oponente. O segundo do seu lote (AC, nº95, 420Kg) era desligado e distraído. O Cavaleiro, face às dificuldades que tinha pela frente, desenhou uma lide em crescendo, dando vantagens e sacando toda a água do fundo do poço, mesmo quando este parecia já ter secado.

O pior lote da corrida havia de caber em sorte a Vítor Ribeiro. O nº108 de ferro AC (400Kg) mostrou-se igualmente distraído, parava-se no momento da reunião e tinha que ser incentivado pela voz do Cavaleiro. Ribeiro entendeu-o e foi-lhe pisando cada vez mais os terrenos, numa lide de entrega frente a um oponente que não transmitia ligação à contenda. O segundo do seu lote (AC, nº81, 400Kg), apesar de colaborador, adiantava-se e tapava-se no momento da cravagem. Uma lide agradável, mas sem deslumbrar, em que se verificou um bom desenho das sortes apesar das cravagens terem resultado traseiras.

O triunfo haveria de sorrir novamente a Gilberto Filipe, tal como acontecera na primeira corrida da feira. O AC nº100 (425Kg) apresentou-se distraído, aliás uma característica comum a estes exemplares que viajaram até aos Açores. A investida era curta e atravessava-se um pouco na reunião. Com o desenrolar da lide foi melhorando de comportamento, mercê também da acção do Cavaleiro. Filipe entregou-se e sacou o melhor que o toiro tinha dentro de si, chegando assim de forma sonora às bancadas. Destaque para o grande ferro cravado em terceiro lugar. Para finalizar a corrida, havia de lhe calhar um bom exemplar (AC, nº80, 410Kg). O toiro foi cumpridor, mostrou grandes condições de lide e entregou-se à luta. O Cavaleiro de Alcochete esteve em bom plano agarrando em definitivo o triunfo. Terminou com um grande ferro curto em que fez tudo bem feito.

No capítulo da forcadagem, a tarde começou com uma grande pega de João Silva (GFATTT) ao primeiro intento, aguentando alguns derrotes até chegar ao grupo. Seguiu-se-lhe José Maria Bettencourt (GFAAM) que à primeira também efectuou uma grande pega, destacando-se igualmente a intervenção do seu primeiro ajuda. José Sousa (GFATTT) demonstrou alguma imaturidade ao descobrir o grupo e adiantar as mãos nas primeiras tentativas, vindo a pegar à terceira com boa ajuda dos companheiros. Leonardo Mathias (GFAAM) fechou-se numa boa pega à terceira tentativa, após um primeiro intento em que aguentou barbaridades na cara do toiro, mas que a falta de grupo levou a que não conseguisse consumar. Carlos Vieira (GFATTT) efectuou uma valente pega, à primeira, com o grupo a ajudar de forma eficiente. Fechou a tarde Martim Oliveira (GFAAM), à primeira, com uma grande pega a aguentar longa viagem.

Dirigiu o espectáculo Carlos João Ávila, assessorado pelo Dr. José Vielmino Ventura.

Bruno Bettencourt

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