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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Gilberto Filipe, Vinhas e Assunção Coimbra triunfam na primeira das Sanjoaninas

A fusão entre a classe de um toiro de Vinhas, de sangue Santa Coloma, e o temple na lide do cavaleiro Gilberto Filipe foi o momento de maior brilhantez da corrida concurso de ganaderias que abriu ontem domingo o abono das Sanjoaninas na Ilha Terceira.
“Tabaquero”, que assim se chamou o toiro de quatro anos premiado, não parou de investir com classe e um rítmico galope aos cavalos do marialva de Alcochete, o que este aproveitou para lhe fazer uma lide de grande precisão, na qual brilhou mais na hora de levar enganchado o toiro de Vinhas de um lado ao outro da praça do que ao cravar a ferragem, quando mostrou certa desigualdade.

Antes havia aberto praça o esperado toiro de Miura, com o que a lendária divisa sevilhana fazia a sua apresentação nos Açores. O exemplar de pelagem salgada “Artillero”, muito no tipo da sua estirpe, resultou num hastado nobre mas com pouco fundo. Acabou colocando a cara por cima ante os cavalos de Luís Rouxinol, quem jogou bem com os terrenos para tirar-lhe partido com eficácia e sobriedade.

O outro toiro espanhol, com o ferro de Jandilla, lidou-se em segundo lugar e foi o de maior imponência e peso dos seis. Tanto o “domecq” como a lide de Vítor Ribeiro foram de menos a mais, com uma segunda metade em que o cavaleiro brilhou especialmente com o seu grande cavalo “Cochicho”. As reuniões para cravar as bandarilhas foram as de maior frontalidade de todas quantas se viram durante a tarde.

A segunda parte da corrida resultou menos luzida na medida em que aos cavaleiros açoreanos lhes corresponderam também os hastados mais complexos ou desluzidos. Tiago Pamplona pôs vontade mas passou apuros ante o “jandilla” da ganaderia local de Rego Botelho, que tocou várias vezes nas suas montadas.

Pela sua parte, Rui Lopes também teve certos problemas ante o encastado quinto, de Assunção Coimbra, até que o toiro perdeu ímpeto e pôde luzir-se cravando pelos terrenos de dentro.
E já a encerrar, João Pamplona, resolveu discretamente ante um “murube” da divisa terceirense de João Gaspar que teve muito escassas forças.
 
Quanto aos forcados, uma vez que o anunciado grupo do Ramo Grande caiu do cartel pelo seu desacordo com a ordem de lide dos toiros, as seis pegas ficaram a cargo do Grupo da Tertúlia Tauromáquica Terceirense. De entre todas elas, numa excelente demostração de capacidade de todos os membros do grupo, destacou-se pelo seu mérito a de José Vicente, que se retirava da actividade, ao poderoso toiro de Jandilla.

As pegas ficaram a cargo de Fernando Sousa (à segunda tentativa), José Vicente, Carlos Vieira, Luís Cunha (à terceira tentativa), João Pedro Ávila (à segunda tentativa) e João Silva. A mais destacada foi a de José Vicente, que se retirava e deu a volta à arena em ombros dos seus companheiros.

A praça quase esgotou.
 
Ao início das cortesias observou-se um minuto de silêncio em memória do crítico taurino João Mascarenhas e do picador Rafael Trancas, ambos falecidos recentemente.

O júri designado para o efeito concedeu os seguintes prémios na corrida concurso:
- Melhor Lide: Gilberto Filipe, ao toiro de Vinhas.
- Melhor toiro: “Tabaquero”, nº 37, de 465 kilos, negro bragado meano, de Vinhas.
- Apresentação: “Ramero”, nº 103, de 445 kilos, flavo, de Assunção Coimbra.
- Melhor Pega: José Vicente, ao toiro de Jandilla.

Fonte: Sanjoaninas 2015

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