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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Jornalista Taurinos formam associação

Os jornalistas taurinos uniram-se para fundar uma associação em seu nome a nível mundial.
O anúncio foi feito durante a sessão de encerramento do II Fórum de Cultura Taurina, sábado passado, no auditório da Escola Tomás de Borba em Angra do Heroísmo.
Terá sede na ilha Terceira e o seu primeiro presidente é da Venezuela.


O recém-criado projecto associativo reúne jornalistas taurinos de todos os países de tradição à escala mundial – Portugal, Espanha, Equador, Peru, México, Colômbia, França e Venezuela. Esta última localidade assume a liderança como presidente do grupo pela voz de Victor José López “El Vito”.

“Foi uma surpresa para mim. É uma velha ambição dos jornalistas, sobretudo dos jornalistas taurinos. Queremos trabalhar com a comunicação, levar a mensagem, difundir e explicar a festa dos toiros. Esta festa tem a sua origem histórica em diferentes localidades e une civilizações”, revela o profissional de comunicação e critico de Caracas aos jornalistas, após a sessão de encerramento do II Fórum de Cultura Taurina, no passado sábado, no auditório da Escola Tomás de Borba em Angra do Heroísmo.

“Os toiros são muito mais do que uma moda. Por isso é que está na moda não ser taurino. Fazem parte de uma cultura. Não é espanhola, não é portuguesa, não é francesa, mas universal”, acrescenta.

A escolha da Venezuela como representação máxima dessa união dos jornalistas especializados em tauromaquia, explica “El Vito”, tem como propósito fazer frente ao actual conflito ideológico entre a festa brava e o poder político local.

“O poder político, que se auto qualifica de revolucionário, não está só contra a festa dos toiros. O conceito de revolucionário é acabar com tudo o que é tradição. Mudar a história. A ligação [da Venezuela] com a Europa e a Espanha é considerada exótica e exógena”, declara.

Para o presidente da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (TTT), entidade organizadora do evento, a criação do novo grupo associativo, depois de três dias de partilha e debate no âmbito do Fórum, reforça a importância da marca Açores no contexto mundial da cultura taurina.

“Foi uma surpresa dos jornalistas estrangeiros e portugueses que cá estão. Acima de tudo é prova de que este fórum, como evento, e a própria ilha Terceira, marcou-os fundo na alma e de que devemos manter este lugar como ponto de encontro para reflexão da festa dos toiros no mundo”, declara Arlindo Teles.
 

CANAVILHAS ENCERRA FÓRUM
A deputada na Assembleia da República, Gabriela Canavilhas, presidiu ao encerramento dos trabalhos do II Fórum Mundial de Cultura Taurina, após a projecção do vídeo da sua intervenção no Parlamento, a favor da festa brava em Portugal, no passado dia 19, a propósito do debate da petição anti-taurina.

Na ocasião, a ex-directora regional da Cultura, recordou o período de vivência na ilha Terceira onde diz ter aprendido sobre a matéria, a qual, ao contrário da sua terra-natal, a ilha de São Miguel, tem história e tradição taurina. Confessou não ser aficionada “no seu verdadeiro sentido” devido “à falta de conhecimentos suficientes desta Arte para ser considerada como tal”.

“Mas encaro todo este mundo com o respeito máximo. Encerra muito mais do que possa querer demonstrar”, frisa.

Gabriela Canavilhas cumpriu a leitura das conclusões do Fórum nos três idiomas – Português, Castelhano e Francês –, e seguiu depois para a Praça de Toiros da ilha Terceira para assistir a uma tenta pública, prevista no programa, com o matador Salvador Cortés.

Foram lidados um toiro e vacas da ganadaria Rego Botelho.

PRÓXIMO EM 2014
Em tom de conclusão, Arlindo Teles, presidente da TTT, adianta que o trabalho desta entidade e de todos os agentes envolvidos na festa brava prosseguirá no sentido de “recuperar a visibilidade nos meios de comunicação social generalistas”, sendo certo a realização da terceira edição daqui a dois anos.

“Com uma estratégia para alcançar novos públicos. Importa chegar a um mundo que não apenas o meio aficionado”, justifica, em declarações ao nosso jornal, acrescentando que “quem não conhece a realidade taurina tem tendência a manifestar-se contra a festa”. “É preciso conhecer para gostar”, considera.

No seguimento, destaca ainda o papel da internet e das redes sociais, de resto tema abordado na primeira mesa-redonda de sábado, dia de encerramento, que têm vindo a ser utilizadas também como “ferramenta de luta na defesa da cultura taurina que une milhões de pessoas em todo o mundo”.

“Apresentaram aqui, com estatísticas provadas, que o número de cibernautas no mundo dos taurinos é superior aos anti-taurinos. E a ideia comum na sociedade é inversa”, sublinha.

Considerando a grande temática do evento de 2012 “A Comunicação na Festa”, e os grupos de anti-taurinos que fizeram chegar a sua voz através da imprensa local e das redes sociais, Arlindo Teles reforça as suas palavras expressas, em tom de crítica, no discurso de abertura.

“Sentimos que, por vezes, não há a suficiente isenção de alguns OCS’s. Falou-se muito numa manifestação que, afinal, não se concretizou, o que, no nosso entender, provoca um grande desequilíbrio de espaço. Apesar dessa pressão, que tem o objectivo de desmoralizar, o fórum devolveu-nos serenidade reforçando os valores da festa que são imensos e voltaram a ser abordados em todas as mesas-redondas”, remata.

Ao todo, de 26 a 28 de Janeiro, participaram cerca de duas centenas, em representação de nove países do mundo.

Sónia Bettencourt in A União

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