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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Um Cavaleiro, um Cavalo, um Toiro e os Forcados…

João Pamplona, “Universo” e “Caldeiro” (AA)! Quando estes três nomes se juntaram na arena de Angra do Heroísmo, os corações pararam e durante aquela lide foi a emoção que pulsou dentro de cada um dos presentes!
Sem dúvida alguma, o mais novo Cavaleiro de Alternativa dos Açores e a Ganadaria jorgense de Álvaro Amarante a saírem triunfadores da corrida integrada nas comemorações do 40º aniversário do Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT). Triunfadores foram ainda os grupos de Forcados presentes: GFATTT e Amadores de Cascais (GFAC).

Em primeiro lugar, uma palavra para o facto dos toiros lidados não corresponderem integralmente aos nomes das Ganadarias anunciadas no cartel. As substituições (ou não!) verificadas teriam que ter sido comunicadas. Lidaram-se oito toiros provenientes dos ferros de Humberto Filipe (HF), João Gaspar (JG), Álvaro Amarante (AA), Falé Filipe (FF), Rego Botelho (RB) e Passanha (P).

Tiago Pamplona teve pela frente o lote menos colaborante. O primeiro que lhe coube em sorte (nº 216, 455Kg, HF) era andarilho. O marialva da Quinta do Malhinha foi entendendo o oponente e com a voz foi conquistando o seu interesse. Desenhou uma lide de labor onde procurou andar ligado com o toiro. A sua segunda prestação também não rompeu, no entanto superou a primeira. O exemplar de JG (nº118, 480Kg), apesar de carregar pouco e de se parar no momento da reunião, cumpriu. Fica a sensação que a escolha de uma montada que fazia batidas ao piton contrário, não terá sido a melhor preferência. Ainda assim, Tiago Pamplona foi cravando em crescendo, culminando com um ferro de palmo de boa nota.

João Pamplona lidou um grande exemplar AA (nº109, 410Kg). Mandou retirar os peões de brega e foi esperá-lo à porta dos curros. O toiro saiu cheio de gás com uma velocidade alucinante. Característica que manteve até ao final da lide. O protótipo de um toiro bravo que transmite emoção e provoca perigo. O mais novo dos Pamplona cresceu frente ao toiro. Para a cravagem dos curtos foi buscar o “Universo”, com ferro da casa. Cavaleiro e montada foram um só, um verdadeiro centauro. À qualidade do toiro juntou-se a irreverência do João. Três grandes ferros curtos, uma brega e remates de desplante foram encerrados com um grande ferro de palmo. Tomara muitas das ditas figuras do toureio equestre fazerem o mesmo diante de um toiro igual aquele “Caldeiro”. Estava concluída aquela que foi até ao momento a melhor lide do ano em praças açorianas. No final ovação para o Ganadero. O JG (nº 148, 430KG) que lhe coube em sorte, veio a menos. Aqui o Cavaleiro do Posto Santo teve que se empenhar ainda mais e mostrar conhecimento para conseguir sacar algum sumo. Foi pisando os terrenos e rubricou uma boa lide.

A Rui Lopes coube um primeiro exemplar bastante nobre. O JG (nº146, 415Kg) entregou-se à lide e Lopes soube tirar bom partido disso. Entendeu o toiro e após algum desacerto no início da cravagem curta, corrigiu as medidas. Destaque para o seu quinto ferro: de alto abaixo, ao estribo, a cravar com o toiro debaixo do braço. Um verdadeiro exemplo de como se crava segundo as regras. Com este andamento completou uma lide de boa nota. Se na sua primeira lide teve oponente para desenvolver a sua arte, o segundo do seu lote era um poço de dificuldades. O toiro (P, nº50, 480Kg) era desligado, virava a cara à luta e apenas se interessava pelo que se passava fora da arena. Era mansote. O ginete da Ribeirinha pisou-lhe os terrenos e ainda conseguiu cravagens de boa nota. Uma lide esforçada. Pouco mais havia a fazer.

A estrear-se em praças portuguesas, o Matador Fernando Adrian não teve sorte em relação aos toiros. Lidou um FF (nº33, 470Kg) e um RB (nº99, 500Kg). Ambos foram a menos. Não tinham recorrido e com o desenrolar das lides foram-se cortando cada vez mais em curto. Adrian recebeu-os com largas cambiadas de joelhos. Desenhou tímidas Verónicas e no seu segundo lanceou por Chicuelinas bem cingidas. Com a Muleta demonstrou variado reportório. Por ambos os lados procurou desenhar séries que resultaram com pouca ligação. Em ambas as faenas mostrou trabalho e demonstrou qualidades. Teve a arte de sacar água de dois poços que cedo se secaram. Pela entrega e labor a que se assistiu, fica a certeza que Adrian é um Matador que irá dar que falar em poucos anos.

Esta corrida ficou marcada, ainda, pela tomada de Alternativa do Bandarilheiro terceirense Diogo Coelho. A destacar o seu primeiro par de bandarilhas. E assim são seis os Bandarilheiros açorianos de Alternativa.

Por último, os homens das jaquetas. Estiveram num plano superior: seis pegas todas ao primeiro intento. Pelo GFATTT pegaram: Tomás Ortins (grande pega a abrir), Décio Dias encerrou aquela que tinha sido uma grande lide com um pegão! José Vicente com uma boa pega fechou a prestação do seu grupo. Pelo GFAC chamaram o toiro Ventura Doroteia, Joel Zambujeira e Bruno Coutinho. Três pegas de muito bom nível onde o grupo demonstrou uma coesão preponderante.

As bancadas registaram menos de 3/4 de assistência. Muita pena terão os que ficaram em casa.

Dirigiu a corrida Carlos João Ávila assessorado pelo Dr. Vielmino Ventura.

Bruno Bettencourt

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