A chuva miudinha que caía poucos minutos antes do início da última corrida da Feira de São João de 2008, parecia querer estragar o esperado Concurso de Ganadarias. A praça cheia era o espelho das aliciantes que estavam em cartaz. João Salgueiro, que havia deixado boa imagem na 2ª corrida da Feira e El Cid que pelo segundo ano se apresentava na Feira, trazendo atrás de si um vasto número de triunfos. A concurso, toiros da Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF), Rego Botelho (RB) e Santa Maria (SM), média de 470Kg. Pela primeira vez a solo nas Sanjoaninas, o Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande.O primeiro da ordem, nº449 RB, saiu para a montada de João Salgueiro. Após a cravagem do primeiro ferro comprido, começou um “festival de desacerto”. Na cravagem do segundo, o cavaleiro abre demasiado o quarteio e falha o morrilho do toiro, na emenda deixa o ferro traseiro.
Após troca de montada, o cavaleiro iniciou a cravagem dos curtos com um ferro que resultou traseiro e fez aumentar os protestos nas bancadas. O cavaleiro de Valada do Ribatejo tentou emendar a sua prestação nas bregas. Recorrendo do galope a duas pistas tenta cativar o público. Crava um bom ferro curto, o seu 2º, para depois cravar mais uma bandarilha muito descaída. A salvar esta lide, que andou muito aquém, fica registo para o bom ferro com que encerrou a lide. O toiro era alegre na investida, respondendo de pronto ao cite, merecia melhor lide este “Feriante”. Inexplicavelmente e após o rosário de protestos ouvidos durante a lide, a “exigente” assistência concede volta ao cavaleiro. Da ganadaria de Santa Maria veio o nº70, segundo do lote de Salgueiro. Era bonito o “Framboês”, mas feia começou a lide com o ferro descaído com que o brindou o cavaleiro. Parecia que se iria assistir a mais do mesmo. Corrigindo-se com mais dois ferros compridos, bem melhores, inicia a cravagem dos curtos com um ferro de bom nível, como mandam as regras. No momento da cravagem do segundo ferro, o cavalo pisa demasiado os terrenos do toiro e é abalroado por este, passando o cavaleiro em falso. Encerra esta lide que foi de menos a mais com 3 ferros bem cravados. O toiro cumpriu, no entanto foi perdendo andamento no final da lide. A encerrar a sua presença na feira deste ano, João Salgueiro lidou o nº215 JAF. Frente a um bom oponente, o cavaleiro andou melhor e procurou fazer esquecer as duas prestações anteriores. O hastado mostrou-se voluntarioso e com recorrido. Após a cravagem de dois ferros compridos, o “Ortigão” viu-se enfeitado com 4 ferros curtos cravados com aprumo (destaque para o 1º e 4º), que foram rematados com um ferro mais curto em terrenos de dentro. Com esta lide tapou o pouco que havia feito até então, nesta corrida.El Cid recebeu o primeiro do seu lote, nº149 SM, por Verónicas rematadas por meia e meia.
Com a muleta, traz o toiro até aos médios para aí desenvolver a lide. Este, apesar de se empregar, saía da flanela com a cabeça alta. O diestro iniciou com duas tandas de Derechazos poderosas. Templou e deu profundidade a toda a investida do oponente. Troca de mão e desenha Naturais com conta peso e medida aos quais se seguiram Molinetes muito bem recortados. Novamente por Derechazos, emprega-se e faz passar o toiro, templando-lhe a investida. Encerra a lide adornando-se com vistoso Abaniqueo que levou as bancadas, inesperadamente, a protestarem. E inesperada foi a reacção do público que, através de assobios, nega volta ao matador sevilhano. Nesta corrida assistiu-se a 2 pesos e 2 medidas! A segunda parte do espectáculo abriu com a saída de um grande toiro de JAF, nº214. Cid lanceia-o por Verónicas muito vistosas. E porque na arena havia uma dupla de grande qualidade, o matador conjugou os dois factores e começou por Naturais a desenhar uma poderosa lide de muleta, das melhores que já assistiu o ruedo angrense. O toiro era codicioso e a galope entregava-se à luta. Com a flanela desarmada, o espada foi desenhando Naturais in su sitio, plenos de temple e profundidade. Já com a mão direita, a lide continuou sempre no mesmo tom, arrancando “Olés!” das bancadas. Derechazos de maestro, rematados com Passe de Peito. A encerrar a dois circulares de “encher o olho”. Uma grande lide para um grande toiro. A encerrar, o natural de Salteras recebeu o nº462 RB. Com o capote desenha novamente Verónicas
plenas de temple. Ao quite, o matador português Parrita que também estava presente, lanceou por Delantales. El Cid brinda aos Amadores do Ramo Grande e inicia a lide de muleta por Naturais. O toiro, apesar da falta de força, foi-se entregando ao longo da lide. Após boa série com a mão esquerda, recorre à mão direita, provando assim o melhor lado do toiro. A lide foi sendo conduzida por Derechazos de grande nível, aos quais se seguiram Circular Invertido e Circular Natural. O toiro foi quebrando e El Cid deu por encerrada a lide. Uma vez mais grande presença na Feira de São João.Os Amadores do Ramo Grande tiveram uma tarde sem grandes problemas. Nuno Pires fechou-se bem à barbela do 1º da tarde. Hugo Neves corrigiu a sua primeira tentativa
e fecha-se sem dificuldade ao segundo intento. A finalizar, Alex Rocha fecha-se à córnea naquela que foi a pega da tarde.A merecer ainda nota de destaque, o Bandarilheiro terceirense João Pedro Silva que recebeu a Alternativa nesta corrida pelas mão do igualmente Bandarilheiro terceirense Rogério Silva. Se bem andou nas bregas em conjunto com a quadrilha de João Salgueiro, esteve irrepreensível no tércio de bandarilhas ombreando com os subalternos de El Cid que estiveram em tarde má. Após bandarilhar o último da tarde, recebeu ovação nos tércios.
No final da corrida foram entregues os troféus em disputa. Prémio de Apresentação: 3º da ordem, nº70 “Jardineiro” 495Kg ganadaria Santa Maria, lidado por João Salgueiro; Melhor Toiro lidado a Pé: 4º da ordem, nº214 “Observador” 445Kg Casa Agrícola José Albino Fernandes. Melhor Toiro lidado a Cavalo: 1º da ordem, nº449 “Feriante” 445Kg, ganadaria de Rego Botelho.A dirigir esteve o Sr. José Valadão assessorado pelo médico veterinário Dr. Vielmino Ventura.
Bruno Bettencourt




A Monumental “Ilha Terceira” acolheu mais de meia casa para assistir às lides de Juan Bautista, Daniel Luque e Joselito Adame. Os toiros vieram das pastagens da Caldeira do Guilherme Moniz da casa de Rego Botelho (linha Jandilla).




Tarde histórica em Angra do Heroísmo. A segunda corrida da Feira de São João reuniu pela primeira vez, em praça, os dois grupos de forcados da terra. Os Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT), capitaneados por Adalberto Belerique, e os Amadores do Ramo Grande (GFARG), sob o comando de Filipe Pires, disputaram o prémio para Melhor Pega. O prémio para Melhor Lide Equestre iria ser atribuído a um dos cavaleiros presentes: João Salgueiro, João Moura Jr. e Rui Lopes que substituía João Telles Jr. que se lesionou numa queda aparatosa na primeira corrida. Para lidar: 3 toiros de Rego Botelho (RB) e 3 toiros de Irmãos Toste (IT), média de 459kg.




Emoção e susto marcaram aquela que foi a primeira Corrida da Feira de São João de 2008 no dia 21 de Junho. Poucos minutos depois das 18h30 iniciavam-se as cortesias na Monumental “Ilha Terceira”. Os mais de ¾ de casa assistiram às lides dos cavaleiros João Moura Jr., João Telles Jr. e Rui Lopes e do matador Javier Valverde. Para pegar o curro de 7 toiros da Casa Agrícola José Albino Fernandes, o Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense.
O número 12 da revista Festa na Ilha, editada pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense, já se encontra disponível nas bancas. Trazendo como destaque a comemoração dos 35 anos do Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, a revista contem nas suas páginas os mais variados artigos relacionados com a festa brava. Crónicas, artigos de opinião, entrevistas, memória fotográfica e muitos outros poderão ser vislumbrados na edição deste ano da revista da tauromaquia açoriana. Mais um número a não perder!




1 - A forma mais artística consiste em manter a vara curta fazendo-a deslizar pela mão (tirar el palo) aquando da investida do toiro. Através do adiantamento da vara, procura-se parar o toiro antes de este chocar com o cavalo.
2 - Assinala-se o puyazo e carrega-se o castigo. A puya deverá sangrar o toiro na zona do morrilho, para que seja possível atestar a reacção do animal perante o castigo imposto. Se o toiro for manso procura fugir. O toiro deve investir por três vezes ao cavalo.
3 - Uma vez saído do castigo, o toiro será recebido pelo capote do toreiro, para que este possa avaliar a evolução do toiro após os puyazos recebidos.



Transformar a praça de toiros de Angra do Heroísmo num tauródromo com capacidade para acolher concertos, um restaurante e espaços comerciais é a proposta.
José "Joselito" Adame nasceu em Aguascalientes (México) a 22 de Março de 1989. Fez a sua apresentação ao público a 18 de Março de 2001 na sua terra natal, indultando um novilho de Chinampas. Como Novilheiro, debutou com cavalos a 7 de Agosto de 2005 em Millas (França), cortou 3 orelhas. Tomou Alternativa de Matador a 7 de Setembro de 2007, na Praça de Touros de Arles. Foi seu padrinho Julián López 'El Juli' e testemunha o francês Juan Bautista. Cortou uma orelha ao primeiro do seu lote, de ferro António Bañuelos e 2 ao segundo. Na tarde de 16 de Setembro de 2007 confirma Alternativa em Nimes frenta a exemplar de Garcigrande. Alternou com Denis Loré e José Tomás. Apontado como uma das grandes promessas do toureio apeado, viu o seu início de época marcado por uma súbita infecção hepática que o retirou das arenas durante um prolongado período de tempo, quando já levava 8 festejos concretizados. Tal facto impediu-o de cumprir importantes compromissos, como era o caso da sua confirmação marcada para o dia 21 de Maio em Las Ventas, Madrid. Neste momento é já certa a sua reaparição na Praça de Toiros de Cancún no próximo dia 6 de Junho.

Tourada à Corda no Porto das Pipas - Angra do Heroísmo, Ilha Terceira (primeira metade do Séc. XX)
1 de Junho